"Antigamente, o brasileiro só usava o palavrão por uma necessidade vital irresistível", escreveu Nelson Rodrigues:
"Havia, entre um e outro, uma distância, uma cerimônia, uma solenidade. De repente, instalou-se nos palcos e nas plateias a doença infantil do palavrão. Hoje, senhoras patuscas, donas de casa cheias de filhos e até meninas de 14 anos usam o palavrão como quem respira. Conseguimos corromper o palavrão."
Lula, por exemplo, usa o palavrão como vírgula. Tudo bem, muita gente faz isto. O estranho é que, ao ouvi-lo vociferar para seus subordinados, os quais são todos, mesmo as palavras mais inocentes parecem soar como palavrões.
Ruy Castro
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