Seria injusto citar apenas um. Fui e sou privilegiado. Tive grandes professores durante a caminhada. Quase todos se transformaram em grandes amigos.
Professor Nélio Brandani Tenório. Um mestre de português, de latim e da vida.
Com carinho, foi talvez o único que conseguiu me colocar um apelido, pelo qual, alguns poucos amigos ainda me tratam: "Peregrino".
Razão: Numa conversa ele indagou sobre os meus projetos para o futuro. De imediato e com detalhes, disse-lhe que gostaria de ser motorista de caminhão para transporte de cargas. Viajar por todo o Brasil e conhecer locais e pessoas.
Completava: A partir dos 18 anos e com carteira de motorista profissional e pelo período máximo de três anos. Nas paradas de beira de estrada, estudaria inglês, coseguiria um passaporte e iria ser motorista de caminhão nos EUA, indo da Flórida ao Alaska, dando prioridade para a Rota 66.
Depois de 3 anos nos EUA iria ser motorista de caminhão na Europa, indo para todos os cantos, inclusive atravessando a Russia até a Sibéria. Um pelo menos trabalhando pelo interior da China.
Perguntava o grande Prof. Nélio: Mas você não pretende fixar raízes :
Sim, repondia. Quando completar 30 anos de idade.
Daí para frente o Prof Nélio (fomos vizinhos na Boa Vista, é claro), até a sua precoce tomada de barco (aos 39 anos) só me tratava por "Peregrino".
Viver é Perigoso