Fui apresentado ao escritor israelense, Amós Oz, lá pelo final dos anos oitenta, quando, com minha família já de volta para a terrinha, fui presenteado com um livro de sua autoria, pelo amigo Cel Alte Zylberberg, hoje morando m Fortaleza.
Escreveu Oz, antes de tomar o barco em dezembro do ano passado:
“Acha-se que se alguém escreve livros durante cinquenta anos fica mais fácil com o tempo. Isso é verdade em quase todas as profissões. Para um marceneiro, fazer sua trigésima mesa com certeza é mais fácil do que fazer a primeira. Na literatura, não, por duas razões: uma, eu não quero escrever a mesma história duas vezes. A segunda razão: escrever é como dirigir o tempo todo com um pé no acelerador e outro no freio. O pé no acelerador é feito de ingenuidade, da alegria da escrita. O pé no freio é feito de autoconsciência e autocrítica. Com os anos, quando se adquire mais consciência da escrita e de si mesmo, o pé no freio fica cada vez mais pesado e o pé no acelerador cada vez mais hesitante, e isso é muito ruim para o motorista e não é saudável para o veículo.”
Viver é Perigoso