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terça-feira, 1 de agosto de 2023

BOM DE OUVIR


Viver é Perigoso

CARTA DE SEPARAÇÃO *



Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1953

Creio, meu bem, que chegou finalmente o momento de dizermos adeus. Tentei todas as acomodações possíveis. Não posso ser acusado de não ter tido para contigo boa vontade e ca­rinho. Não posso admitir que se diga por aí, à boca pequena, que a culpa foi minha, que não tive compreensão da realidade. Os fatos são os fatos, e contra eles não podemos lutar. Não se pode dizer que não nos demos bem, é verdade. Não posso eu dizer que não devo a teu calor algumas das melhores horas de minha vida, de descanso, de alegria, até mesmo de poético en­levo, por que não. Naquele tempo em que ainda eras pura, e em que tuas exigências de di­nheiro, sem nunca ser modestas, ainda não atribulavam meu orçamento, pude manter-te com decência, não faltando jamais a nossos encon­tros. 

Quando foi mesmo que te encontrei pela primeira vez? Não posso precisá-lo, tantos anos já passaram, mas sei que foi amor à primeira vista, um amor que infelizmente, por tua causa, agora se interrompe.

Há já uns dois que vinha desconfiando de ti. Fingia que não o notava apenas por covardia, receoso de causar escândalo. Já andavas falsa, dissimulada. Àquela noite, na boate, custou-me engolir-te. Só agora vejo que nada ga­nhei com essa complacência senão muita dor de cabeça. Só agora vejo que só tinha a ganhar se houvesse te deixado quando desconfiei que já estavas misturada a más companhias, e que já não te portavas bem com quem por ti muitas vezes perdeu a cabeça. Por ti, quase fui preso; por ti, cheguei a brigar; por ti, fiz os piores pa­péis; por ti, perdi noites de sono; por ti, pedi dinheiro emprestado; por ti, prejudiquei minha saúde. No entanto, de que valeram tantos sacrifícios? Terias a coragem de não reconhecer que és falsa? Poderias negar que me levarias a uma situação econômica insustentável? Hoje, só um insensato deixaria de ver que as nossas relações não podem continuar mais. Resta-me um pou­co de equilíbrio e de amor próprio. Falta-me dinheiro para sustentar-te. Ah, se fosses pelo menos fiel, eu seria capaz de um esforço su­premo. Mas como estás, não, meu bem. Assim não é possível. Não há outro jeito senão uma separação que, de minha parte, deixa muitas saudades.

* Carta de separação à garrafa de Uísque.

Paulo Mendes Campos

Viver é Perigoso

CANTINHO DA SALA

 

Hermann Max Pechstein

Viver é Perigoso

NOSSO DIRETÓRIO ACADÊMICO



Publicado, como matéria paga, na página 4 do Jornal Itajubá Notícias, o esclarecimento de ex-alunos da Unifei em resposta as seguidas declarações do prefeito de Itajubá tentando justificar a descabida desapropriação do Diretório Acadêmico:

Caro Prefeito,

Nada contra sua vontade de construir escolas, mas não é necessário destruir o DA da Unifei, para isto Itajubá tem muito espaço para seu projeto para proporcionar um ensino público de qualidade para os jovens Itajubenses. 
O valor a ser pago na desapropriação pode ser utilizado nas escolas existentes, melhorando suas infraestruturas, ou mesmo criando uma nova em terreno do próprio ITC.

Em nenhum momento a negociação iniciada com a Prefeitura foi aberta, transparente e discutida com o coletivo dos alunos e ex-alunos da UNIFEI, tendo a Prefeitura pressionado para convencer a, então Diretoria do DA/DCE, a abrir mão de um prédio histórico com um pagamento insuficiente para a compra de um terreno, para a execução de um projeto e consequente construção de uma nova sede para o DA. Isso sem falar em dar tempo para uma mudança sem interrupção das atividades do DA.

Salientamos que nunca foi proposta a doação de um terreno para a nova sede do DA/DCE, e sim uma cessão (empréstimo) que a prefeitura poderia retomar ao longo do tempo. 

Também não foi definido exatamente o local do terreno, ou mesmo se teria infraestrutura necessária ao funcionamento do DA.

São infundadas as informações referentes à segurança dos frequentadores do DA e “barulho” reclamado pela vizinhança, preferimos crer nas avaliações dos órgãos competentes, estes sim responsáveis por essas manifestações. Sobre dívidas do DA/DCE, estas estão sendo resolvidas com a retomada das atividades do DA e não podem ser motivos para a desapropriação.

A destruição do DA não beneficia ninguém: os alunos e ex-alunos perderiam uma referência
histórica e local de reuniões, os ex-alunos um ponto de retorno, a comunidade Itajubense um
local de festa, de congraçamento e de geração de emprego e renda para a cidade.

Nós, ex-alunos, sabemos sim a situação do DA que passou por momento difíceis durante os últimos 2 anos, mas a luz do final do túnel está bem visível com o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos alunos e com a nossa ajuda, ajuda dos ex-alunos que são solidários na luta do DA/DCE contra a DESAPROPRIAÇÃO do nosso HISTÓRICO PRÉDIO.

Idamar Sidnei Cobianchi Nigro... Dez/1988
Luiz Sebastião Costa T 69
Fabio Gaertner Farhat, turma 87
Maurício Campos Passaro, turma Dez/94
Bethânia Beggiato Pereira de Oliveira, turma Jan/2006
Luiz Guilherme Ravacci Pires, turma 87
Alberto Hugo Otero Llosa, turma 92
José Francisco de Petribu Faria
Maria Angélica de Oliveira Naús, turma Dez/88
Carlos Augusto Silva de Almeida / Jul 95
Edson José Riera, turma de 73
e outros ex-alunos...

Viver é Perigoso

VAMOS EM FRENTE




O Conselho Universitário da Universidade Federal de Lavras decidirá amanhã (2/8) se batizará a principal avenida de seu campus de Alysson Paolinelli.

Paolinelli tomou o barco em junho deste ano, aos 86 anos. Foi ministro da Agricultura durante a ditadura militar, no governo Geisel. Referência internacional na agropecuária, estruturou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ajudou a alavancar a produção de alimentos no Cerrado

Pois é... o que estaria balançando a homenagem ?

No ano passado, Paolinelli convocou atos golpistas em quartéis após a vitória de Lula. Em um vídeo gravado após a derrota do Jair, ele afirmou: “Estou convocando todos os agricultores que me conhecem e que sabem do risco que estamos correndo. A Constituição já foi rasgada. Você que me conhece, venha para cá ou vá para a porta dos quartéis."

Blog: Como foi justicado na proposição da homenagem: " “Considerando todo o seu histórico de trabalho e dedicação, bem como a importância para a nossa universidade, desde o processo de federalização até momentos mais atuais, além da sua relevância no contexto nacional e internacional”, penso que, embora o ato anti-democrático após as últimas eleições, merece a homenagem.

Viver é Perigoso

CARTA MÁGICA



Caro Chico,

Claro que a letra é sua, eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes o cara de fora vê melhor estas coisas. Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de Valsa hippie, porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antigona. Que é que você acha? O pessoal aqui no princípio estranhou um pouco, mas depois se amarrou à ideia. Escreva logo, dizendo o que você achou.

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um modo mais quente do que comumente
costumava olhar
E não falou mal da poesia como era mania sua de falar
E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse:
Vamos nos amar…
Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto
esperar
Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga
costumava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a
bailar…
E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não
se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.

Vinícius

Viver é Perigoso

E NO PAÍS DA PIADA PRONTA


O inquérito policial militar aberto para investigar os militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto diante dos ataques golpistas de 8 de janeiro livrou as tropas de culpa e apontou "indícios de responsabilidade" da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que integra a pasta do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

A apuração concluiu que, se houvesse tido planejamento "adequado" no início do governo do presidente Lula, seria possível ter evitado a invasão do palácio ou minimizado os estragos.

FSP

Viver é Perigoso