A submissão da maioria absoluta da Câmara ao Prefeito não é novidade nenhuma. Vêm dos tempos do onça. Os dois prefeitos que descuidaram um pouco do controle, quase cairam. Dr. Rosemburgo, em sua segunda passagem pelo Executivo Municipal e o empresário Saulo Germiniani, mais recentemente.
Impossível definir quem procura quem, logo após as eleições. Sempre acontecem alianças contrárias a democracia. Quem perde é a cidade.
Com o costume municipal e tendo como exemplo o que ocorre também com os legislativos estadual e federal, o descrédito é total.
Na terrinha, excetuando os três (às vezes quatro) heróis da resistência, o pouco caso dos eleitores com os Vereadores é assustador.
Até aqui, foi registrado o óbvio.
Vamos ao que interessa: A necessidade de se resgatar, talvez, o mais importante dos poderes. O Legislativo Municipal.
A eleição deste ano, considerando a situação caótica ora atravessada pelo país, em todos os seguimentos, e a total impossibilidade de qualquer previsão, constitui-se numa incógnita.
Em condições normais a reeleição da dupla Rodrigo/Christian poderia ser considerada favas contadas.
Não porque estão cumprindo um impecável mandato, mas pela entressafra de homens com espírito público, capacidade de desprendimento, liderança e resumindo a grosso modo, "saco" para mexer com a política.
Sem contar, a disponibilidade para queimar, algo em torno de R$ 500 mil de recursos próprios numa campanha curta. O pessoal hoje no poder detém recursos de sobra, inclusive para bancar a campanha de 140 candidatos a vereador (R$ 20 mil/cabeça).
Seria interessante o surgimento de um nome para propor a prática de uma nova política.
Voltando à Câmara e a sua importância, talvez seria sonhar muito com a participação, quase em termos de doação, de políticos de porte, experientes, com força popular, como os ex-prefeitos Jorge, Chico e a ex-vereadora Leandra, como candidatos.
De imediato, cada um deles, teria potencial para ultrapassar 5.000 votos, ajudando a levar junto, mais três ou quatro companheiros.
Nada leva a crer que o atual prefeito, por si só, caso consiga sucesso na difícil empreitada da reeleição, vá mudar o seu jeito de administrar. Exceto, se defrontar com uma Câmara constituída por homens e mulheres independentes.
Aconteceria quase tudo o que almejamos. Fiscalização, transparência, determinação de prioridades e participação popular.
Desconfio que isso é tudo que o Executivo atual não quer que aconteça. E se não quer, deve ser bom.
Como dizia o Millôr, livre pensar é só pensar.
Viver é Perigoso