Translate

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

JÁ PASSOU !

Ouvido ontem às 22:00 horas na Rua Nova, em frente as Casas Bahia:

- Ô cumpadre que me desculpe a intromissão, mas o que você está fazendo aí encostado no poste às 10 da noite ?

- Vim prestigiar o carnaval da terrinha. Apreciar os blocos.

- Mas péra aí Sô ! O bloco já passou.

- Passou nada. Estou aqui desde as Sete e meia. Não estou surdo, nem cego e tão pouco louco. Ainda não passou. De carreirinha passou uma turminha ali pelas nove horas, mas eram poucos. Não era o bloco oficial. O pessoal deve estar esquentando os tamborins lá pelas bandas da Praça Wenceslau.

- Tudo bem. Se você quer ficar aí gelando o papo, é problema seu, mas que já passou, passou.

- Poxa. Será que eu lerdeei ?

ER 

CARNAVAL ? TÔ FORA, LITERALMENTE

Pasquale Cipro Neto escreveu hoje na Folha:

"Lá vou eu, hoje a festa é na..." Não é.
Nada contra quem acha que a festa é na avenida, mas como diria Zé Simão, "vai indo, que eu não vou". Aliás, vou, mas para outro lugar. Carnaval ? Me inclua fora dessa,pelo amor de Deus !
Tenho horror a qualquer tipo de tumulto, multidão, barulho etc.. tenho pavor de gente enlouquecida e embriagada, que não respeita nada de nada nem ninguém.
Ligar a TV? Impossível! Vinhetas, sambas-enredo iguaizinhos, produzidos em série, propagandas tolas e fúteis de cerveja, difusão da ideia de que a felicidade está aí, chegou a hora, vamos...
Andar pela rua? Arriscado - nem preciso explicar por quê. Ficar em casa, absolutamente recluso ? Também arriscado: pode haver um vizinho carnavalento e carnavalente, que se julga no direito de impor o baticum (volume máximo!) a quem quer que seja. Viajar? Ficar 10,12,14 horas numa rodovia para fazer menos de 100 km e depois enfrentar preços desonestos, falta d´água etc.? Então tá.
Sabe o que faço no carnaval desde 1988? Fujo do país. Este é o meu 25º Carnaval consecutivo fora da nação. Fujo antes que a bagunça comece e volto depois das cinzas...
Faço questão de não saber de absolutamente nada do que ocorre por aqui durante o "reinado de Momo".
Enquanto eu tiver algumas forças e alguns trocados, nem que seja para ir até a ponte da Amizade e atravessar a fronteira a pé, não fico aqui. Não fico, não fico, não fico.
Se você gosta, divirta-se,mas por favor, respeite o direito da minoria. Carnaval? Tô fora, literalmente. É isso.

Pasquale Cipro Neto

Blog: Me considere incluso nesse pequeno grupo. Só que no meu caso, não deu para fugir do país e nem da terrinha.

ER

BÁLSAMO PARA OS OUVIDOS NO CARNAVAL



ER

MOÇA BONITA

Juliette Binoche

COMPLICADO NA VIDA

Acostume-se: Ter razão é imperdoável.

Anônimo

ENCONTROS (APARENTEMENTE) IMPOSSÍVEIS

Como milhares de outros jovens, meus filhos pegaram o hábito de praticar corridas. Passando o carnaval na terrinha, o Pedro não perdeu tempo e foi cortar o vento pelas bandas do Centro Administrativo. Encontrei-o chegando esbaforido e se dirigindo direto para o chuveiro.
Mecanicamente perguntei-lhe: Correu tudo bem ?
De loge ele respondeu:
- Tudo certo. Encontrei como o Chico e o Tio Tião lá no BPS.
Fiquei a pensar: O rapaz leva um século  para visitar  a sua cidade sai a correr numa tarde modorrenta e presencia um encontro inédito nos últimos tempos e que poderia se tornar trancendental nas campanhas políticas que se aproximam. É muita sorte.
Esperei-o voltar do banho e perguntei detalhes do encontro do Chico com o Tião Riera.
Disse ele: - Calma Pai. Eu encontrei o Chico em determinado trecho da corrida, diminui a marcha e conversei rapidamente com ele sobre amenidades e segui em frente.
Mais alguns minutos de corrida, ao passar pelas proximidades da casa do Tio Tião, como ele se encontrava do lado externo de sua residencia, da mesma forma conversei rapidamente com ele sobre amenidade e segui em frente. A distância entre um e outro era de pelo menos 2 kms.
Mas porque a preocupação, indagou ele.
Respondi:
Pedro,você poderia ter testemunhado um encontro histórico.
Complementou ele, se retirando:
- Vocês todos são muito complicados.

É a vida.

ER    

DESFILE DAS CAMPEÃS

Assisti aos sobreviventes, abnegados e esforçados foliões da terrinha, bravamente atravessar ontem a noite a rua nova, sob o harmonioso som do caminhão do Chico Vasconcelos.
Alguns conhecidos carnavalescos arrancando emoções do calçamento morno. Um rei momo digno e com muita historia.
Descaso total das autoridades.
Nunca assisti a tal de caminhada natalina ou algo assim (assisti um trecho na TV local). Que venha logo. Entendi agora porque o Presidente da entidade organizadora (CDL) em recente entrevista, disse ser aquela, o maior e melhor evento de rua da terrinha.
Creio ter sido, o de ontem, o primeiro desfile acontecido em toda a história do carnaval brasileiro, sem a presença intrusa de um único tamborim ou qualquer outro instrumento. Minto: avistei uma meia-duzia de vuvuzelas (possivelmente sobreviventes da última copa do mundo) conduzidas por algumas crianças.
Creiam: Estou sendo otimista.

ER.

MAIS UM !