Sempre moraram na Rua Tomaz Wood, na Boa Vista, é claro. Luiz Martins Riera e Dona Maria. Pais da Arlete, que há muitos anos, casada com o Zé Nelson, mudou-se para São José dos Campos, para onde também foi, mais tarde, a Moça Bonita Cleonice. O Olavo, da Ditinha, mora em Santa Rita do Sapucaí, a Claudete e o Carlos, sempre moraram em Itajubá. A Claudineia, casada com o Luis Fernando Werdine Salomon, depois de longas temporadas em Santa Catarina, voltou a morar na terrinha.
Dos irmãos Riera, o Luiz sempre foi o mais voltado para a participação direta nos assuntos da comunidade. Fundador do Bar e Sorveteria Caçador, um marco na história da cidade. Importou para a inauguração, no início dos anos 50, uma avançada máquina italiana Cattabriga, que os dias de hoje funciona na Sorveteria do Getúlio Piazzaroli.
No dia da inauguração, sorvetes e picolés grátis para toda a criançada. Apareceram meninos, da então distante Vila Izabel e da Avenida, para conhecer a guloseima.
Luiz Riera, em parceria com o Padre Adão, fundou a Banda Lira de São José, existente e com sede própria na Boa Vista. Fundador do Supercampeão, Vasco Futebol Clube, cuja sede foi por muitos anos no próprio Bar Caçador.
Político e Vereador pelo PTB. Parceiro do Dr. Belarmino Mendes de Carvalho, José Maria Campos e de outros grandes cidadãos.
Diretor da Liga Itajubense de Futebol e Presidente da JDD (justiça esportiva). Sabiamente responsável pela suspensão das atividades esportivas por 360 dias, do rebelde e irresponsável e ruim de bola Zezinho Riera. Segundo ele, na época, para dar exemplo.
Homem extraordinário, que acolheu para trabalhar no Bar Caçador os meninos da conhecida família Bigodinho. Órfãos criados pela irmã Neide. Entregavam leite nas residências, faziam picolé e. obrigatoriamente, frequentavam o Grupo Escolar Carijó, também conhecido como Rafael Magalhães. Pescador e caçador.
Dona Maria foi a mais competente e criativa doceira da Boa Vista. Doce Dona Maria.
Luiz Riera tomou o barco, quando de um acidente de carro, nas proximidades de Santa Rita do Sapucai. Vindo de Gardenia de Campinas, onde fazia estágio, vi o Fusca vermelho cerâmica JY, com final 04, acidentado no acostamento da Rodovia BR-459.
Com um nó na garganta pressenti que o Tio Luiz poderia ter partido. E aconteceu.
E a vida...
Viver é Perigoso