Na quarta-feira (05/04), o ex-presidente Jair, seu ex-ajudante-de-ordens, tenente-coronel do Exército Mauro Cid, e outras oito pessoas prestaram depoimento no inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar as circunstâncias envolvendo a entrada no Brasil de conjuntos de joias - entre eles, um avaliado em R$ 16,5 milhões - dados à família do Sr. Jair, em 2021 pelo governo da Arábia Saudita.
Todos os depoimentos estão marcados não apenas para o mesmo dia, mas para a mesma hora: 14h30. A escolha da data e horário, segundo fontes ouvidas , não foi aleatória.
A ideia por trás desse agendamento avaliado por advogados, seria pôr em prática os mecanismos de um experimento estudado por matemáticos, economistas, psicólogos e cientistas sociais há quase 70 anos.
No início dos anos 1950, o "dilema do prisioneiro" começou a ser estudado pelos cientistas Melvin Dresher e Merrill Flood e ficou famoso após ser formulado pelo matemático americano Albert William Tucker. Os três buscavam entender os mecanismos que faziam indivíduos
cooperarem entre si.
O mecanismo que ficou conhecido como "dilema do prisioneiro" faz parte de uma linha de estudos mais ampla chamada Teoria dos Jogos. Ela se dedica a analisar como indivíduos ou corporações envolvidos em uma determinada situação buscam melhorar os seus resultados.
O episódio em questão (depoimentos sobre as joias) lembra o dilema (do prisioneiro) porque ele dificulta uma eventual combinação de versões entre os depoentes. Eles não têm como saber com antecedência exatamente o que é que a outra pessoa vai dizer. Isso cria um ambiente de incerteza para quem está dando o depoimento.
Dados BBC
Viver é Perigoso