Translate

domingo, 4 de fevereiro de 2018

VENTOS DE GUERRA


O Magnífico Senhor Reitor da nossa Escola, Prof. Dagoberto Almeida não tinha se manifestado oficialmente desde a publicação da carta-renúncia,acontecida no final de 2107, com argumentos diversos, da direção do Campus da Unifei em Itabira. 
Manifestou agora, abrindo a caixa de ferramentas com todas as armas escritas possíveis. Não contribuiu só para esclarecimentos, ponto a ponto, mas posicionando sobre toda a questão, com referências duríssimas diretas e possivelmente também indiretas.


Comentário sobre a Carta do Reitor Dagoberto Almeida, publicado no site de Itabira, www.viladeutopia.com br.

Enfim, quase dois meses após a crise ser instalada no campus avançado da Unifei em Itabira, o reitor da Universidade Federal de Itajubá, professor Dagoberto Alves de Almeida, rompe o silêncio e se manifesta em uma longa postagem intitulada O abandono de cargos no campus da Unifei-Itabira, publicada ontem (01/02). A crise culminou com a renúncia, no dia 9 de dezembro, dos professores Dair de Oliveira e Marcio Yasuda, ex-diretor e diretor-adjunto do campus de Itabira.

Irônico e incisivo, não raro irritado e provocador, o reitor rebate o que seria as noves “inconsistências” da carta aberta divulgada pelos renunciantes. Antes de enumerá-las, procura contextualizar os últimos acontecimentos, assim como esvaziar a crítica e as acusações que motivaram a renúncia, ou o abandono de cargos.Dagoberto justifica a demora em dar uma resposta ao que chama de grave fato, que seria o abandono de cargos, como sendo prerrequisito para que houvesse a necessária ponderação. Critica o vazio de poder ocasionado pelo “abandono” dos cargos pelos ex-diretores, o que poderia, segundo ele, ter acarretado prejuízos à universidade.

Como contrapartida a esse tipo de postura, já de início avisa que “tem a intenção de falar aos indivíduos que estão propensos à reflexão e, até mesmo, a rever suas posições, desde que convencidos por argumentos que se apresentem como sólidos e razoáveis, comprováveis mediante dados e fatos, como os que aqui pretendo apresentar.”

E alfineta mais uma vez, entre dezenas de vezes, já adiantando o tom da crítica que fará aos renunciantes. “A gravidade dessa ação (a renúncia, ou o abandono, como quer o reitor) é algo sem precedentes, que mancha a história centenária de nossa querida Unifei”, classifica, acentuando que a instituição pública custa à nação mais de R$ 200 milhões anualmente.

Por isso mesmo, de acordo com o reitor, “a sua condução deve ser feita por gente séria e não por pessoas que, não se sentindo capazes de defenderem adequadamente seus argumentos, decidem simplesmente ‘abandonar o barco’, como se cada um deles, infantilmente, dissessem: ‘se não é do jeito que eu quero, então não quero mais brincar’”, compara, sarcasticamente.

Procurado pela reportagem para contestar ou se contrapor ao posicionamento do reitor, o professor Dair de Oliveira até o fechamento da reportagem não respondeu, o que pode fazer a qualquer momento, caso queira.

Dagoberto contesta que a reitoria tenha abandonado o campus avançado de Itabira à própria sorte, não se empenhando como devia para que fosse implantado o curso de Medicina no município, o que deveria ocorrer também em Itajubá. Segundo ele, trata-se de uma meia verdade, o que “não deixa de ser uma mentira, diz o ditado”.

Conforme ele acentua, de fato o Conselho Universitário (Consuni) se reuniu em 17 de março de 2014, deliberando que a universidade faria estudos no sentido de viabilizar a instalação de cursos de Medicina. Conta que foi nomeada uma comissão específica para cuidar do assunto, tendo elaborado os estudos que foram encaminhados ao Ministério da Educação (MEC) para avaliação e possível aprovação.

“Nessa questão a Unifei possui limitada ou nenhuma capacidade de concretização sem o explícito apoio do MEC”, acrescenta. Para ele, o ex-diretor Dair nessa questão quis se colocar como “campeão das aspirações a um futuro curso de Medicina para a região de Itabira.”“O MEC viu mérito nos projetos, porém, devido à situação econômica do país, não os aprovou, deixando para uma oportunidade futura”, explica o reitor, contestando a acusação de que o projeto teria sido abandonado.

Ele cita inúmeras ações que teria desenvolvido, em vão, para tentar agilizar a instalação efetiva do campus de Itabira junto à administração do ex-prefeito Damon de Sena (2013/16). “Foi necessário que eu me apresentasse publicamente em vários meios de comunicação para que, finalmente, o então governo municipal se apercebesse da sua importância, liberando, finalmente, a verba para a conclusão do prédio.”

Dagoberto se refere à construção do segundo prédio da Unifei, executada pela administração do ex-prefeito Damon de Sena– um investimento da ordem de R$ 48 milhões, proveniente da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), os royalties do minério.

O reitor conta ainda que esteve na sede da Vale em 17 de abril de 2015, juntamente com o então diretor Dair de Oliveira, com o objetivo de convidar a diretoria da empresa, parceira na implantação do campus de Itabira, para a inauguração do segundo prédio no Distrito Industrial II.

Na ocasião da visita disse que teria sido cogitado que parte do acerto que a mineradora faria com a Prefeitura de Itabira, em torno dos royalties do minério, fosse alocada na continuidade da implantação do campus. “Lamentavelmente, nem um tostão desse montante atendeu a qualquer interesse de expansão do campus da Unifei em Itabira.”

A crítica à administração passada não para ai, o que se revela, também nesse caso, numa meia verdade, uma vez que todos os recursos alocados pela Prefeitura para a instalação do campus foram provenientes da Cfem. “Espantosamente, apesar de ser orientada pela Reitoria da Unifei, a administração municipal anterior colocou na ‘praça’ um edital de licitação de mais de 100 milhões de reais (para a continuidade do projeto do campus) sem qualquer lastro orçamentário. Edital esse que, logo em seguida, foi vetado pelo TCE (Tribunal de Constas da União)”.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo, José Don Carlos Alves dos Santos, ouvido pela reportagem, conta que esse veto do TCE já não mais existe. E que a Prefeitura está negociando com a Unifei, e também com o arquiteto Gustavo Pena, cujo escritório elaborou o projeto, mudanças que possam amenizar o custo para viabilizar a construção dos três novos prédios que ainda faltam para o campus local.

Com previsão orçamentária para este ano de pouco mais de R$ 8 milhões para o campus da Unifei, o secretário acredita que esse volume será maior. Isso porque, além de a medida provisória já sancionada aumentar a alíquota da Cfem em favor dos municípios mineradores, definiu também que pelo menos 20% desse recurso terá de ser investido no desenvolvimento econômico. “Podemos investir uma parcela maior na construção desses prédios”, sinaliza Don Carlos.

Dagoberto critica também a ausência do ex-diretor Dair de Oliveira em inúmeras reuniões do Consuni, em especial na última, que aprovou a criticada divisão do campus em unidades acadêmicas.O reitor nega que a divisão em unidades acadêmicas, pivô da crise interna, tenha por objetivo diminuir a autonomia do campus de Itabira “Isso é uma mentira deslavada”, responde.

“Diga-se de passagem, sessão esta em que os conselheiros de Itabira sofreram uma tentativa de impedimento por parte da Representação Estudantil para que adentrassem no ambiente onde ela seria realizada”.

“Devo confessar que eu esperava ansiosamente a oportunidade de um profícuo debate de ideias, cuja discussão por sinal ocorreu, mas sem a presença do senhor Dair, por decisão dele próprio.”

Dagoberto disse não estar irritado, mas “indignado por ver uma vez mais a calúnia, a mentira e a covardia se apresentarem, assim como a falta de transparência e a truculência na imposição de ideias”. Crítica que, por sinal, é a mesma que a representação estudantil do campus de Itabira faz à reitoria de Itajubá.

Por fim, Dagoberto de Almeida reitera o compromisso da Unifei com o desenvolvimento social e econômico de Itabira e região, com ações conjuntas com a Prefeitura de Itabira, com a Vale e com toda a comunidade itabirana. “Nossa missão, além de buscar a excelência no ensino e na geração de conhecimento é também, com trabalho e esforço, a de cunhar nossa marca como uma administração objetiva, transparente e responsável.”

Viver é Perigoso

PRESIDENTE, SENADORES, DEPUTADOS, JUÍZES...

Viver é Perigoso