Aconteceu num sábado, 4 de junho de 1955. Há exatamente 67 anos. Itajubá virou de pernas para o ar.
No circo Abelardo (Abelardo Pinto - Palhaço Piolin), instalado na cidade, anunciou um show, nada mais, nada menos, com a Sra. Dora Vivacqua, simplesmente, a dançarina, naturista, atriz, escritora e feminista brasileira, Luz del Fuego.
Luz del Fuego foi a primeira artista brasileira a aparecer nua em um palco. Adestrou serpentes e se apresentava, dois anos mais tarde, estreou nos teatros de revistas do Rio de Janeiro, em espetáculos de dança em que aparecia com um casal de ofídios enrolado em seu corpo quase sempre nu.
As apresentações da moça logo provocavam furor por todo o país e transformaram-na em uma das principais atrações do teatro nacional. Luz del Fuego atraía enorme público para os seus espetáculos e tornou-se uma das vedetes mais conhecidas dos anos 1950 no Brasil, tendo sido contratada, inclusive, para excursionar pelo exterior.
Na Boa Vista, é claro, o Padre alertou que haveria punições para os marmanjos que ousassem a ir no circo assistir a Luz del Fuego.
O vigário alertou os párocos, na reunião da irmandade ocorrida, extraordinariamente, no decorrer da semana, indicando que poderia acontecer até excomungações, caso alguém fosse assistir mulher pelada.
Foi quando o Sr. Luizinho Carpinteiro levantou a mão pedindo a palavra e perguntou:
Padre, eu quero ir só para ver a cobra, pode ?
Foi um sucesso. Tumulto só na entrada pelos fundos do circo, criada para preservar as autoridades.
Interessante: Itajubá virou uma cidade conservadora bem depois.
Viver é Perigoso