Fomos para Manaus no início de 1978. Era um desafio. Falei com a Sonia e ela topou de cara. Não foi tranquilo montar a partir do zero o escritório da Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica na Zona Franca.
Não fomos bem vindos. Incomodava muito na época falar em programa de nacionalização de componentes. Ainda existia no Sul do País uma interessante industria de componentes eletro-eletrônicos- mecânicos.
Luta difícil com ameaças amainadas por grandes amigos. Alguns remanescentes de antigos tempos em Itajubá. Jalser Cordeiro, Jorge Daou, Fernando Bonfim e outros conseguidos lá, como o grande Chico Preto.
Ah ! Paulo Leão e os pastores Caio Fábio pai e o filho. Muito aprendizado. Pescarias no Rio Negro, Solimões e Amazonas.
Superado em parte o desafio partimos para outra. Em 1980, instalação de uma fábrica de mecanismos de toca-discos. Uma joint-venture entre uma empresa brasileira, Douglas S.A e a Inglesa BSR Ltda, talvez a maior fabricante de toca-discos, juntamente com a também inglesa, Garrard.
Trinta e dois anos de idade e diretor responsável. Na produção, um difícil escocês, Alastair Mcvoy. Uns três anos de muita luta.
Ainda temos em casa um toca-discos e claro, dezenas e dezenas de LP´s. Lamentavelmente, não é um BSR, mas um Technics SL-1900, que acoplado com um Receiver Sansuy, provoca um som muito gostoso.
Muito bom olhar para trás e ver coisas.
Viver é Perigoso