A continuada marcha da Insensatez
"Pensar no futuro é pensar nas ações de hoje. Não deixar que se esvazie o significado da palavra emergência é um dever de todos nós."
Lunetas
Pegando um gancho no livro de sucesso A Marcha da Insensatez. Da historiadora Barbara W. Tuchman, duas vezes laureada com o Prêmio Pulitzer. Tomou o barco em 1989.
Ela escreveu sobre a insistência dos governos em adotarem políticas contrárias aos próprios interesses. Eu iria sob esse prisma para além dos governos. Iria a nós seres humanos. A crise climática chegou muito mais cedo do que esperávamos. E ainda nos comportamos como se fosse uma coisa longínqua. Coisa que “alguém” “um dia” vai tomar uma providência para combatê-la.
Senão vejamos.
- Informa o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia: 2023 tem o 6º mês consecutivo a quebrar um recorde histórico de calor. A temperatura média global para o período de janeiro a novembro foi 0,13°C mais alta do que a média para o mesmo período em 2016. Atualmente o ano mais quente registrado. Já na primavera brasileira estamos literalmente sentindo na pele. E o verão nem chegou!
E o que estamos fazendo individualmente? Muito pouco ou quase nada. Em boa parte da população continuamos com nosso consumismo exagerado. Continuamos privilegiando o poluente transporte individual. Não cuidamos adequadamente do descarte correto dos nossos resíduos. Desmatamentos na Amazônia e no cerrado? Coisas longínquas que não nos incomodam. E por aí vai.
Mas o que é pior! Não escolhemos com responsabilidade os políticos realmente preocupados com a questão ambiental. Aqueles que podem influenciar políticas públicas. Em todos os níveis. Basta ver o que aconteceu nas eleições presidenciais de 2016 e 2018 aqui e nos Estados Unidos. E agorinha mesmo na Argentina. Um dia algum estudo vai nos trazer o que os governos desses eleitos contribuíram para o acirramento da crise climática.
Negacionistas sem nexo por todos os lados ainda hoje. E com milhões de seguidores!
O tema mudanças Climáticas será objeto das campanhas municipais do ano que vem? Duvido!
Mas não é só nos cargos majoritários. Elegemos bancadas legislativas expressivas que defendem o Agro nocivo. Velho. E ultrapassado. Os agrotóxicos já banidos em boa parte do mundo. A mineração desenfreada e provocadora de acidentes. O extermínio dos indígenas. O crime organizado na Amazônia. A continuidade dos incentivos aos combustíveis fósseis!
É a democracia falhando.
Falta de informação para nós eleitores? Pelo menos para grande parte não!
Peguemos por exemplo as crianças. Elas já sabem. Representam 1/3 da população mundial. Estão sendo afetadas na sua saúde segundo o Unicef. Principalmente por doenças de veiculação hídrica. E por desastres naturais. E o que é pior: altos níveis de ansiedade A chamada ansiedade climática ou Ecoansiedade.
Um informe da Associação Americana de Psicologia afirma que de 25% a 50% das pessoas expostas a um desastre climático extremo têm risco de desenvolver problemas de saúde mental. O material também mostra que 45% das crianças sofrem de depressão após um acontecimento como esses.
Mercado- Lógico
Viver é Perigoso