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sexta-feira, 31 de março de 2023

GOLPE OU REVOLUÇÃO


 

A história conta:

Na madrugada do dia 31 de março (1964), as forças do general Mourão Filho deixaram Juiz de Fora, sede da IV Região Militar, indo em direção ao Rio de Janeiro sem encontrar resistência.

A IV Divisão de Infantaria, reforçada por dois outros regimentos vindos de Belo Horizonte e São João del-Rei, terminaram por se confraternizar no meio do caminho com as guarnições do I Exército que haviam partido da ex-capital federal com a missão de confrontá-la.

Revolução, até então, sem tiros, feridos ou mortos.

O General Olympio Mourão Filho, que declarou certa vez:  "Em matéria de política sou uma vaca fardada", também escreveu, atuando como um profeta de sucesso:

"Ponha-se" na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso".

Viver é Perigoso

MERCADO LÓGICO



Arcabouço Fiscal

Saiu um pouco diferente do que imaginávamos mas foi sem dúvida uma vitória da equipe da Fazenda. Conseguiram um feito de pelo menos manter, o segredo por muitos dias. Tanto é que o mercado reagiu bem. Bolsa subiu e dólar caiu. 

O que mais chama atenção são dois pontos:

1- as bandas para o déficit público ou resultado primário 

2- um piso para o crescimento das despesas mesmo em épocas de baixa arrecadação. 

Vamos ver como ficará depois de apresentado o texto do Projeto de Lei ao Congresso e se os notáveis parlamentares não colocarão nenhum “jabuti” que comprometa o todo.

Não falam em aumento de impostos (alíquotas) nem em criação de novos (CPMF por ex.), mas uma coisa é certa: quem não paga ou paga pouco vai ser chamado a contribuir.

No segundo semestre teremos outra discussão importantíssima: a Reforma Fiscal. 

Promete colocar o Brasil inserido no mundo que cobra Imposto sobre Valor Agregado, IVA acabando com a balbúrdia que é o ICMS que inviabiliza novos investimentos e onera demais as empresas tendo quase uma legislação específica para cada uma das 27 unidades federativas. 

Talvez ainda junto uma correção na tabela do IR, promessa de campanha e “sonho de consumo” da classe média. 

Juntando isso a mudança em relação ao mundo com a inserção do país de novo no cenário internacional, preocupação com o Meio Ambiente, relação harmônica com os Poderes e preferências políticas a parte, enfim um mínimo de governabilidade. 

Mercado-Lógico

Blog: Será um avanço, mas continuo sonhando com a "mãe de todas as reformas": a política.

Viver é Perigoso

DE QUALQUER JEITO É TRISTE

 


Era costume, em algumas noites da semana, tios, tias e primos se juntarem na casa do Vô Jayme Riera e da Vó Terça, na Boa Vista, é claro, para jogar víspora.

A rodada valia alguns centavos, premiando, terno e a quina. Cartões triplos dobráveis de papelão e marcação dos números sorteados, usando grãos de milho.

Pedras de madeira com números em alto relêvo, o que facilitava a vida do cantador.

O cantador oficial era o querido Tio Luís, também proprietário e fundador do famoso Bar Caçador, que marcou época na cidade.

Não era para amadores. O tio Luis nunca cantava o número e sim o seu apelido. Como não repetia, era comum a criançada "passar bolão", isto é (para os leigos), engolir e não marcar o número cantado.

Jamais esqueci o número 69. Segundo ele, "de qualquer jeito é triste".

Hoje, retrataria bem o momento vivido pelo nosso País.

Estaria na hora do meu tio cantar "ali-babá". Era o número 40.

Pensando bem, seria melhor cantar logo a "última do saco". Claro que era o 90.

Viver é Perigoso