Ontem (25) pela manhã, numa dessas andanças (campanha eleitoral) pelo País, o Jair declarou que à tarde haveria uma excelente notícia para a industrialização brasileira.
À tarde foi publicado no Diário Oficial a redução 25% o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados para todos os produtos, incluindo bebidas e armas. A exceção, claro, continua sendo o cigarro.
A pancada na ZFM -Zona Franca de Manaus foi enorme e oxalá, salvo não surja algum atenuante, definitiva.
Como todos sabem, os benefícios fiscais concedidos na ZFM são constitucionais (quer dizer, imexíveis) e entre eles está a fundamental isenção do IPI.
Simples, desde sempre. Como produzir em Manaus eletroeletrônicos na Amazônia ? Com todas as dificuldades de logística no deslocamento de insumos colocação do produto final no mercado ? O incentivos foram criados como um instrumento para desenvolver a região.
Um problemão ? Sem dúvida.
Sempre estive envolvido com a ZFM. Fui para lá, em 1978, para montar uma regional da Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. O objetivo era lutar para a nacionalização gradativa dos produtos montados na região. No princípio, tudo era importado e enviado para outras regiões. Nada era agregado em Manaus. E claro, nem a mão de obra.
Batalhamos por lá por cinco anos, parte significativa deles, colaborando na implantação e direção de indústria.
Como ouvi em 1978 do Sr. Aluísio Campelo, Superintendente da Suframa na época, os incentivos funcionavam como uma muleta. Gradativamente, com providencias, eles seriam diminuídos e a ZFM caminharia por pernas próprias.
Não aconteceu.
A pancada de hoje (redução do IPI) em todo o País, tira abruptamente o poder de competição das empresas lá instaladas. Como justificar a produção der um eletrônico doméstico naquela distância do mercado consumidor, com todos os custos de logísticas envolvidos ?
Desde a sua posse, o Ministro Paulo Guedes, deixou claro seu posicionamento contrário à ZFM e seu possível artificialismo. Como, legalmente, seria impossível mexer diretamente no IPI da ZFM, a saída, com a justificativa de estimular a industrialização no País e elevar o número de empregos, foi diminuir o IPI das demais regiões.
Aprendi a gostar do Amazonas e em especial de Manaus. Morando lá com a família foram cinco anos. Depois, indiretamente através de negócios e projetos, durante quase a vida toda. Conheci e convivi com a vida de luta dos amazonenses.
Em tempo, nosso filho Pedro Riera nasceu em Manaus.
Estamos diante de mudanças complicadas e muito custarão.
Viver é Perigoso