Com muita honra recebi hoje uma ilustre visita :o Sr. Virgílio Machado; um homem de valor, que conta fatos por vivê-los e não por ter lido ou ouvido de outros.
Falou com emoção dos natais do passado.
Lembrou-se de um natal, quando já adolescente, escutou no gramofone da casa de seu Avô um lançamento musical em primeiríssima mão, num disco de vinil 78 RPM, que viria a ser um grande sucesso.
Tratava-se de Jingle Bells, cantada pelo Quarteto Hayden.
Segundo ele, o seu primeiro rádio, ainda de válvulas, da afamada marca Emerson, foi comprado na véspera de Natal, na Casa Rádio Rei localizada na rua nova.
No Natal de seus dezoito anos, ganhou de seus avós um terno comprado na "A Liberty" que veio com um chapéu Ramenzoni e meia duzia de cuecas Ban-Tan.
Comprou, para sua namorada da época, na Eletrolândia Santa Therezinha, um disco Odeon com o samba "Pelo Telefone" com o cantor Donga.
Disse que ela adorou aquele novo rítmo.
Panetone? Não existia ainda. O tradicional era a rabanada.
Chique era dar de presente uma cesta de natal Amaral , comprada em janeiro, com pagamentos mensais até dezembro.
Eram comercializadas na cidade pelo Sr. Sandy.
Árvores de Natal ? Só de pinheirinhos naturais.
Era sagrado ir à missa do Galo, que começava as 22:00 horas e terminava antes da meia-noite.
Gravei tudo. Vou contando aos poucos.
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