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sábado, 5 de agosto de 2023

HOMEM OTIMISTA


Todos conhecem a história do homem otimista que se atirou do décimo andar e, ao passar pelo oitavo, murmurou: 

- Bom, até aqui, tudo bem! 

Pois não tinha razão? Boa luz, ar fresco, boa paisagem, ainda faltavam oito andares, pra que se aborrecer e amargurar antecipadamente? E quando ele foi passando pelo primeiro andar e o chão foi se aproximando, de novo ele refletiu: 

- Bem, se não me aconteceu nada nesses nove andares, não é nesse pedacinho que falta que eu vou me machucar.

Millôr

Viver é Perigoso

ADEUS À CRÔNICA



Não sou eu que abandono a crônica, é a crônica que vai abandonando o mundo, a passo lento. Pouco a pouco ela definha, incapaz de seduzir algoritmos, vai sendo esquecida entre páginas bem mais urgentes, entre novidades eufóricas, entre ruidosas notícias. Vai calando a irrelevância que lhe é própria entre tantas palavras imprescindíveis. Acho que é isso: décadas depois de terem decretado sua crise, eis que a crônica se aproxima do fim, sem desespero nem cólera nem alarde, na timidez que lhe é característica.

Nosso mundo em estado crônico não a comporta. Seu tempo é outro, há um descompasso de ritmos. Devota da lentidão, apreciadora da indolência e da preguiça, a crônica já não resiste à velocidade, aos imperativos da produtividade, seja no trabalho, na diversão ou no vício. A crônica não sabe existir neste mundo alucinado que já não alucina. Sinto, sinto muito anunciar algo assim sobre um ente tão querido, mas é isso, a crônica está quase morta, contam-se os seus dias.

A morte da crônica é a morte da literatura em sua face cotidiana, da literatura mansa desprovida de ambições e ganâncias e cobiças. É a morte de um olhar discreto e franco sobre a vida, agora bem mais pálida, insossa, ignóbil, triste. 

 A agonia da crônica nos aparta dos acontecimentos mínimos, nos priva da imaginação e do devaneio tão bem nutridos pelos assuntos esquálidos. Nos deixa apenas na presunçosa companhia da ideia, ou, pior ainda, na extravagante presença da polêmica.

 A crônica já não lhe importa, eu entendo, só não perdoo. Não perdoo este abandono em que você me deixa, num mar de palavras inúteis que nada dizem, que só lamentam e se remoem de nostalgia por um tempo que nunca existiu.

Que tudo aquilo que definha encontra sua estranha maneira de permanecer. Que todas as formas que morrem, o soneto, a pintura, o romance, ainda podem ser praticadas com liberdade e leveza, em absoluta paz, pelos sonhadores e os distraídos.

Extraído de crônica do Julian Fuks

Viver é Perigoso

CANTINHO DA SALA



Edwin Parker “Cy” Twombly Jr. (1928 – 2011) foi um pintor, escultor, aquarelista e fotógrafo americano, que pertenceu à geração de Robert Rauschenberg e Jasper Johns. Ele polariza opiniões, causa até hoje o sentimento “Ame ou Odeie”, mas todos concordam que foi um dos artistas mais importantes do século XX.

É necessário ter uma boa alfabetização cultural para conseguir ler uma obra de Twombly. Quem se dispõe a analisar com calma suas obras, consegue ver um nome de um poeta, um fragmento de uma frase, um rabisco ilegível e um movimento que pode gerar interpretações diversas.

Viver é Perigoso

MOMENTO POLÍTICO

 


Diálogo possível e atual:

- Amigo, como meter o pau no governo Lula ? Eles estão fazendo as reformas necessárias, o Haddad está indo bem, os números e indicadores são positivos e nada de comunismo...

- Cara, esqueça o panorama. Bata na tecla de condenado e ladrão na frente do poder.

- Amigo, ao falar disso, eles revidam com histórias das jóias, do rolex e agora "tiram" com a grana do pix, Cel Cid, processos, etc. Estamos encurralados.

- Cara, fale que 2026 vem aí e as coisas serão recoladas nos devidos lugares.

- Amigo, mas em 2026 o capitão não poderá participar.

- Cara, fale do Tarcísio e do Zema, que serão as nossas opções.

- Amigo, o Tarcísio está se lascando com as atitudes dele na cracolândia e o massacre do Guarujá. O Zema tem-se queimado com as frases fora do contexto e a estrada asfaltada que irá beneficiar a ida para o sítio.

- Cara, não se esqueça que temos a Dona Michelle no banco de reservas pronta para entrar em campo.

- Amigo, e se nessa eventualidade eles colocarem a Dona Janja aquecimento ?

- Cara, sempre desconfiei que você era um melancia. Fracote. Compre uma camisa vermelha. Vá morar na Venezuela. PQP ! 

Viver é Perigoso 

BASEADO EM QUÊ ?

 


Viver é Perigoso

NOSSO DIRETÓRIO


“O Dínamo” é um informativo criado pelos alunos diretores do Diretório Acadêmico em 1946 com o objetivo de expor notícias, projetos, comunicados e eventos relacionados à instituição.

O Diretório Acadêmico da Universidade Federal de Itajubá, juntamente com o coletivo de ex-alunos apresentam a edição especial e histórica (44 páginas) de " O Dínamo". 

Face ao processo de desapropriação do prédio pertencente ao Diretório Acadêmico por parte da prefeitura de Itajubá (prefeito Christian Gonçalves Tiburzio e Silva), iniciou-se o movimento para resgatar a mmória dos alunos e ex-alunos da nossa Universidade, que com muito esforço construiram 70 anos relevantepara a sociedade itajubense.

O lançamento dessa edição especial do jornal "O DÍNAMO" vem com o desejo de externar de forma veemente todo o repúdio da comunidade "Unifeana" ao processo de desapropriação, e também preservar e eternizar a história do Diretório Acadêmico diante do risco iminente de sua destruição.

Independentemente do desfecho que toda essa história, fica aqui o registro da luta que muitos alunos, ex-alunos e toda a diretoria do DCE travaram, mesmo diante da “disparidade de armas” e de nossa tristeza diante alguns ex-alunos e daqueles que deveriam capitanear toda essa luta, mas preferiram se omitir ou simplesmente apoiar a intentona da prefeitura.

https://www.instagram.com/dceunifei

Viver é Perigoso