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sábado, 10 de julho de 2021

SÓ BLUES


Viver é Perigoso

 

ÊPA !

 


Vez por outra passo os olhos nas colunas que noticiam falecimentos nos jornais de São Paulo. Sabem como é, durante a vida profissional e sempre lidando na área comercial, conheci e me relacionei cordialmente com muitas pessoas. Hoje, quase todos estão flutuando pela faixa de risco.

Não raro, deparo com notícias de tomadas de barco de pessoas amigas.

Outro dia, numa dessas olhadas, me chamou atenção de um passageiro: Sr. Hitler (Ribeiro, Silva ou Oliveira - não me lembro). O que marcou foi o Hitler.

O Senhor Hitler, conforme informado, tinha nascido em 1940. Hitler alemão devia estar no auge da popularidade. O Brasil só entraria na guerra em 1942.

Fico imaginando ele no Grupo Escolar, com sete anos, em 1947, respondendo a chamada. E durante a vida ? Deve ter sido um homem bom e passado apertado com o nome.

E como não brigar ao encontrar um amigo na rua e ouvir um Heil Hitler ?

Ele era, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, um dos 188 brasileiros que carregam ou carregavam como nome o sobrenome do austríaco responsável pelo holocausto na Segunda Guerra Mundial.

É a vida...

Viver é Perigoso


O ADVOGADO QUE NUNCA VENCE CASOS


Khin Maung Zaw, nasceu em uma cidade de Mianmar, antiga Birmânia. Aos 17 anos (1965), na Mandalay University, ele tentou formar um grupo estudantil, algo que foi proibido na ditadura do general Ne Win. Por seu ativismo, foi enviado para um campo de prisioneiros nas Ilhas Coco, um arquipélago gulag tropical na Baía de Bengala.

Depois de 7 anos (1972), foi libertado e voltou para aos estudos. Um ano depois, se juntou a um movimento estudantil. Foi preso de novo em 1978. foi solto em 1980.

Enquanto seu colegas de classe se tornavam juízes e promotores, Khin atuou como advogado assumindo casos que ninguém aceitaria. Acumulou uma coleção de derrotas, defendendo assassinos, estupradores e prisioneiros políticos.

Durante anos exercendo a profissão, Khin perdeu quase todos os casos. Trata-se de um recorde que o enche de orgulho. Diz ele: "meu lema é simples: o caso está perdido, mas a causa está ganha." 

OESP

Viver é Perigoso

LIVRO, PRESENTE DE AMIGO


"Três milionários estão sentados em um bar. Depois de beber um pouco de uísque, eles começam a se animar e a cantar a música mais marcante de sua juventude: a Internacional Socialista.'

Eric Hobsbawm

Eric John Ernest Hobsbawm, historiador britânico reconhecido como um importante nome da intelectualidade do século XX. Talvez o mais lido historiador do mundo. Rigor analítico, elegância estilística, vivacidade interpretativa e detalhes interessantes. Só no Brasil as vendas de seus livros chegaram a quase 1 milhão de exemplares.

Nascido no Egito em 1917, ainda sob dominação britânica, teve, por isso, a nacionalidade britânica.

Seu pai morreu em 1929, e sua mãe em 1931. Ele e sua irmã foram adotados pela tia materna, Gretl, e por seu tio paterno, Sydney. A família mudou-se para Londres em 1933.

Tornou-se militante político de esquerda e, em 1936, ingressou no Partido Comunista da Grã-Bretanha, no qual permaneceu até seu falecimento, em 2012.

Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu ao Exército Britânico. No início da guerra, fez parte de uma divisão que cavava trincheiras no litoral do país. Posteriormente, foi responsável por trabalhos de inteligência, pois dominava quatro idiomas.

Com o fim da guerra, Hobsbawm retornou à Universidade de Cambridge para concluir o doutorado. Também nessa época juntou-se a alguns colegas e formou o Grupo de Historiadores do Partido Comunista.

Ao contrário dos outros membros do grupo, que ficaram contra o Partido Comunista desde 1956 (após a invasão soviética da Hungria), Hobsbawm continuou sendo membro do partido até o colapso da União Soviética.

Hobsbawm diria  posteriormente ao New York Times, numa entrevista de 2003:

"Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida"

Publicou estudos importantes, como Era das Revoluções (1789-1848), A Era do Capital (1848-1875) e A Era dos Impérios (1875-1914). Seu livro Era dos Extremos, lançado em 1994, na Inglaterra, tornou-se uma das obras mais lidas e indicadas sobre a história recente da humanidade. Nela, o historiador analisa o período que vai de 1917 - fim da Primeira Guerra Mundial e ano da Revolução Russa -  até 1991, com o colapso da União Soviética e o fim dos regimes socialistas no Leste Europeu.

Também importante no conjunto de sua obra é seu livro , Tempos Interessantes, publicado em 2002, no qual discorre novamente sobre o século XX e relaciona fatos históricos com sua trajetória de vida, sendo por isso considerado como uma obra autobiográfica.

Foi membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi também professor de História no Birkbeck College 9Universidade de Londres) e da New School for Social Research de Nova York.

Tomou o barco em 1° de outubro de 2012, no hospital Free Royal de Londres.

Viver é Perigoso

CANTINHO DA SALA



Recuperadas pela polícia grega, no final de junho (28), as obras "Cabeça de Mulher" do Picasso e "Moinho" de Mondrian, que haviam sido roubadas da Galeria Nacional da Grécia em 2012.

A tela cubista de Picasso representa um busto de mulher e foi um presente do pintor espanhol ao povo grego em 1949, pela resistência contra as forças nazistas. A obra tem uma dedicatória, escrita em francês, que afirma: "Para o povo grego, uma homenagem de Picasso".

A obra "Moinho" de Mondrian é datada de 1905.

Sobre seus quadros, disse certa vez Pablo Picasso:

"Não pintei a guerra porque não sou o tipo de pintor que sai como um fotógrafo buscando algo para representar. Mas não tenho dúvidas de que a guerra está nestas pinturas que fiz"

Viver é Perigoso

DIA DA PIZZA



De cara vou dizendo: sou dos poucos seres humanos que não gosta de pizza. E não é de hoje. Nos anos 60 assistia os meus amigos, mas noites de sábado, encarando um "redonda" no Bar Acadêmico ou no Clube Bar. No máximo roubava uma azeitona ou uma casquinha da borda.

A razão ? não sei. Minha avó Terça era italiana. Minha família sempre esteve envolvida com massas (padaria e política). Interessante é que aprecio os ingredientes. Mas juntou tudo, não roda.

Certa vez em Brescia, no norte da Itália, comentando esse gosto (ou mal gosto) com um engenheiro de uma fábrica que visitava, disse: vou levá-lo para degustar uma pizza original e você irá mudar a sua preferência.

Fui. a dita cuja era linda, com inesquecível aroma. Mas não mudou a minha preferência.

Que fique claro: com muita fome e sem outra opção, encaro, desde que esteja presente um pouco de arroz. Claro, com a pizza de coadjuvante.

Como curiosidade, bom saber a origem da expressão "terminou em pizza", que vem a ser o famoso "não deu em nada". 

Ali, pela metade dos anos 50, o Palmeiras estava em uma crise danada e suas varias alas políticas se engalfinharam nas dependências do clube.  O pau quebrou por mais de 10 horas até que lá pelas 9 horas da noite, alguém sugeriu uma pausa para descanso e tomar/comer alguma coisa. Os briguentos foram para uma pizzaria ao lado do clube. Depois de muito chopp, vinho e pizza, fez-se a paz política, por milagre.

Testemunha ocular, o repórter Peruzzi ligou para a redação do jornal e o datilógrafo de plantão, fone no ouvido, consagrou em sua velha Remington a manchete ditada pelo repórter:

"Tudo terminou em Pizza"

Viver é Perigoso



RECOLHAM O ELEMENTO


 Viver é Perigoso