Em primeiro lugar, é injusto com o candidato. O pobre homem (ou mulher) já dedicou os quatro últimos anos de sua vida para cuidar do interesse alheio. No caso dos deputados ainda é mais grave. O heróico cidadão deixa a sua família e quase que semanalmente se dirige às suas próprias custas para Belo Horizonte ou Brasília, correndo toda a sorte de riscos. Nessas capitais passa solitariamente uma longa semana de dois ou três dias.
Recebe em troca um ínfimo salário mensal e têm que enfrentar um longo ano de dez meses. É de matar.
É nossa obrigação poupá-lo. Já deu a sua quota de sacrifício para o Estado e a nação.
Em segundo lugar é injusto (agora sem ironia) para com os cristãos-novos, ou melhor, para com os candidatos novos.
Esses, ainda desconhecidos, serão obrigados a contratar do seu próprio bolso, um punhado de cabos eleitorais (que já estão trabalhando para um titular no cargo) e viajarão milhares de quilometros na sua região na tentativa de amealhar votos.
Nesse período de 6 meses que dura a campanha, terão que deixar de lado o seu emprego, o seu negócio, enfim, os seus afazeres, enquanto o candidato a reeleição está sendo pago com dinheiro público para fazer a sua campanha.
O candidato a reeleição tem a sua disposição (com dinheiro público), a gráfica oficial, a estrutura de funcionários, veículos, gasolina, telefone, correios e o diabo a quatro.
Consegue uma verbinha aqui outra ali para um município, dois "fitinhos" para as prefeituras, seis cadeiras de rodas, a transferência de quatro professoras e haja pose de benfeitor.
Não vamos reeleger ninguém. Já será um bom começo.
ER
