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quarta-feira, 29 de maio de 2019

CAFONA OU KITSCH ?


Kitsch - Palavra que sempre intrigou.

Segundo a internet,  expressão de procedência alemã empregada por aqueles que desejam se referir a uma apreciação artística inferior ou a objetos notadamente abaixo da qualidade. Ela também se reporta ao hábito de reciclar um mobiliário, seja ele mais antigo ou moderno. 

Sua utilização inicial se deu no campo da decoração, como uma recusa do utensílio verdadeiro; depois o kitsch acabou se transformando na nova cultura da corrupção das formas de expressão convencionais e cristalizadas pelo sistema cultural vigente.

O kitsch é visto nos vários objetos do dia-a-dia, como as famosas lembrancinhas adquiridas nas viagens turísticas e os utensílios devocionais, nos túmulos localizados nas vizinhanças dos centros urbanos, nas faces externas dos templos evangélicos, em casas noturnas, motéis, casas de emergentes sociais, entre outros recintos.

Sendo assim, não é um estilo típico de um ou outro setor da sociedade, pois está presente tanto entre os pobres quanto entre os de maior status social. Ele está profundamente relacionado à produção em massa característica do mundo pós-moderno, movida por um consumismo desgovernado, o qual gerou uma arte reles.

O estilo Kitsch dilacera todas as linhas que separam o belo do feio, o bom do mau-gosto, e convence o indivíduo não iniciado nos meandros da arte que, ao encontrar esta forma de expressão, ele se deparou com a mais elevada produção cultural. Os elementos que o compõem são sempre teatrais, sensuais, emocionais e excessivos.

Escreveu na "Veja", José Francisco Botelho, uma atualizada observação feita pelo escritor Milan Kundera no seu " A Insustentável Leveza do Ser":

"O Kitsch é o ideal estético de todos os políticos, e de todos os partidos e movimentos políticos. Quem vive em uma sociedade onde várias tendências políticas existem lado a lado e onde influências antagônicas cancelam-se ou limitam-se mutuamente pode dar um jeito de mais ou menos escapar à inquisição do kitsch: o indivíduo pode preservar a sua individualidade; o artista pode criar obras fora do padrão. Mas, assim que um único movimento toma o poder, nós nos achamos no reino do kitsch totalitário."

Resumindo, o "Viver é Perigoso" não nos parece kitsch.

Viver é Perigoso

NÃO ACREDITEM

Viver é Perigoso

FALOU E DISSE :



DESOBEDIÊNCIA CIVIL

"...Deve o cidadão desistir da sua consciência, mesmo por um único instante ou em última instância, e se dobrar ao legislador? Por que então estará cada homem dotado de uma consciência? Na minha opinião devemos ser em primeiro lugar homens, e só então súditos. Não é desejável cultivar o respeito às leis no mesmo nível do respeito aos direitos. A única obrigação que tenho direito de assumir é fazer a qual­quer momento aquilo que julgo certo. Costuma-se dizer, e com toda a razão, que uma corporação não tem consciência; mas uma corporação de homens conscienciosos é uma corporação com consciência. A lei nunca fez os homens sequer um pouco mais justos; e o respeito reverente pela lei tem levado até mesmo os bem-intencionados a agir quotidianamente como mensageiros da injustiça..." 

Thoreau

Viver é Perigoso