Abalado com o atentado ocorrido hoje em Barcelona, voltei a uma post de 22/10/2009, do Viver é Perigoso.
Pela Graça de Deus, tive o prazer de passar um dia todo subindo e descendo por Las Ramblas. Sentava numa mesa, encarava uns "tapas", uma cervejinha e me encantava. Na tarde-noite sentado numa bodega ao ar livre, estudava como iria pagar as contas.
Bom de ler o livro "Barcelona" do Francesc Petit, que, além de ter sido o P, da premiada agência de publicidade DPZ, foi também um Catalão de Barcelona.
O livro vem a ser um guia diferente e completo sobre a Cidade. É como se fosse um velho amigo recomendando lugares para visitar, conhecer, comer, beber, comprar e assistir.
Falo das Ramblas. Trata-se de um boulevard com um largo calçadão e um espaço de cada lado para circulação de automóveis e, ainda, duas calçadas mais estreitas a cada lado para os pedestres. Ao longo de todo o passeio, em ambos os lados do calçadão, existem grandes árvores, que alegram e fazem sombra no verão.
Segundo Petit, George Orwell escreveu um dos capítulos do seu "1984" sentado numa dessas mesinhas nas Ramblas. Jean Paul Sartre dizia que lá estava toda a filosofia do mundo. Picasso e Utrillo, paravam para observar as lindas mulheres que por lá passavam.
Nas Ramblas o mais importante são as pessoas que passam, marinheiros de todos os cantos do mundo, freiras, padres, turistas suecos, norte-americanos, franceses, japoneses tirando foto ou filmando, alguns pintando, outros desenhando, estátuas humanas, famosos e desconhecidos, crianças, velhos e velhas, senhores elegantes, prostitutas, punks, homossexuais e batedores de carteira.
Em Las Ramblas temos uma amostra completa do mundo. Pela Graça de Deus, tive o prazer de estar uma tarde-noite sentado na Ramblas, com papel, calculadora e caneta, estudando como iria pagar as contas.
Hoje, o fanatismo, a loucura e o fim dos tempos estiveram presentes.
Viver é Perigoso