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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

FOI UM SONHO


* Roberto DaMata, historiador e antropólogo social

Estava tomando banho de mar com todos os meus filhos, noras, genros e netos numa praia de águas translúcidas cujo nervoso e incessante movimento ondulante lembrava as ondas de felicidade que tocavam o meu coração. Um sol de verão iluminava um interminável céu azul e a vegetação verde e florida da orla completava a areia imaculadamente branca da praia. 

Jamais vivi um dia tão lindo... disse a mim mesmo baixinho.

Olhei para aquele precioso quadro e nele milagrosamente surgiram, bonitos e sorridentes, meus amados pais, meus primos-irmãos e os irmãos dos meus pais – meus venerados tios Marcelino, Silvio e Mario que tanto me ensinaram sobre a vida, o amor, a política e outros assuntos que os pais – por dever aos seus impositivos e difíceis papéis – não podem explicar aos seus filhos como eles gostariam.

Um pouco mais longe, gozando da sombra de uma barraca de praia, meu avô e minha avó acenavam sorrindo, quando nossos olhos cheios de gratidão amorosa se encontravam, e eles revelavam nos seus rostos tranquilos o orgulho pela minha vida junto de todas aquelas vidas que deles nasceram e estavam novamente atreladas naquela manhã luminosa. 

Eu me sentia tão maravilhosamente feliz que a consciência da minha felicidade transformava dolorosas perdas, rivalidades execráveis e até mesmo enormes frustrações em meras passagens. Até mesmo a minha mediocridade sumia naquele dia solar e naquela praia mágica, docemente moldada pela alegria dos meus filhos e netos. 

Mergulhei nas águas transparentes daquele mar e, placidamente, toquei a areia pura do seu fundo. Senti nas mãos a encantadora firmeza das areias douradas daquela praia e naquele dia de sol encantado. Quando cheguei à tona, oscilando como um peixe, vi a mulher e todas as musas da minha fantasia ao lado dos amigos de todas as etapas de minha vida. Majestosos, eles abençoavam a cena reafirmando a minha plenitude de homem decidido a ser humano. 

Achei estranho não sentir o incômodo de nenhuma perda ou preocupação. Percebia apenas a luminosidade da minha consciência, pois o mal do mundo não existia. 

Ao respirar o ar invisível da vida, atinei que eu – afinal – era menino, avô, pai, filho, marido, irmão, amigo, sobrinho, primo, neto, empregado, colega e professor de mim mesmo.

Nesse instante, os livros que mais amei vieram todos ao meu encontro. Eu me lembrava de tudo e finalmente equilibrava ignorância e saber. Céu e terra se fundiam numa cópula serena e graciosa. Aquele dia de sol, luz, paz, saudade, aceitação e praia era real. Um real permeado de imensa felicidade.

Ajoelhei e chorei.

Então me lembrei de uma história contada por minha tia, que concluía. 

"Na hora exata da morte, quando ela chega como um doce sono que antecipa o frescor repousante do nada, vivemos o momento mais feliz de toda a nossa vida. No instante da morte, a pessoa vê tudo o que lhe aconteceu. " 

Ao viver a minha feliz manhã de praia, lembrei: Você serão os primeiros a saber desse momento no qual encontrei a plenitude da minha vida. Ao pensar nisso, contudo, descobri que havia morrido. 

* Irresponsavelmente, parte do texto foi modificada nesta postagem. Leia o original no site do jornal O Estado de São Paulo - 02/12.

Viver é Perigoso   

EMOCIONANTE DE DAR SONO


É o que acontece quando, depois de séculos, acorre a troca de guarda na administração pública. Nenhuma expectativa de mudança e mesmo de caras novas. Não trocam nem o miolo das fechaduras.

Possivelmente, dois dos vereadores eleitos serão chamados para ocupar secretarias, proporcionando a tradicional ocupação das vagas na Câmara pelos suplentes. Sem surpresas.

Alguns dos assessores que se afastaram para participar das eleições, face a exigências legais, já estão sendo chamados de volta. Às vezes, até com promoção.

Candidatos aliados derrotados deverão ser convocados para assumirem diretorias. Irão para o sacrifício para o bem da comunidade.

Nas conversas para escolha da presidência da Câmara, não causaria surpresa total, por conchavos de ordem superior, ser eleito um vereador da oposição. Lembrem-se: o presidente não vota.

Na política local, no momento, todos virando para o canto e puxando a coberta.

Viver é Perigoso

BANCO DE RESERVAS



Reeleição de Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia.

Sabe quando o time está perdendo de goleada, levando um baile do adversário, e o técnico olha para o banco e não vê ninguém que possa melhorar o desempenho do time ?

Mais ou menos assim.

Viver é Perigoso

É A VIDA...



O FHC de hoje é bem diferente dos tempos na presidência. Desceu do muro e talvez, só mantenha intacta, a sua muralha de vaidade.

Em entrevista ao UOL, FHC foi questionado sobre o que o PSDB deveria fazer com "seus esqueletos". O jornalista Tales Faria citou três exemplos em sua pergunta: Aécio, Serra e Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo. 

FHC respondeu: 

"Acho que, esqueleto, o próprio nome diz: tem que enterrar, né?"

Blog: Já votei nos quatro.

Viver é Perigoso

COMUNISTA É A SUA...

 

Viver é Perigoso