"...Deve o cidadão desistir da sua consciência, mesmo por um único instante ou em última instância, e se dobrar ao legislador? Por que então estará cada homem dotado de uma consciência? Na minha opinião devemos ser em primeiro lugar homens, e só então súditos. Não é desejável cultivar o respeito às leis no mesmo nível do respeito aos direitos. A única obrigação que tenho direito de assumir é fazer a qualquer momento aquilo que julgo certo. Costuma-se dizer, e com toda a razão, que uma corporação não tem consciência; mas uma corporação de homens conscienciosos é uma corporação com consciência. A lei nunca fez os homens sequer um pouco mais justos; e o respeito reverente pela lei tem levado até mesmo os bem-intencionados a agir quotidianamente como mensageiros da injustiça..." - Thoreau
Pois bem, todo mundo já ouviu falar de Henry Thoreau, formador de opiniões, americano, nascido em Massachusetts, em 1817.
Influenciou, através da sua filosofia da desobediência civil, o pensamento político e ações de grandes personalidades, como Tolstoi, Gandhi, Martin Luther King, Proust, Hemingway, Shaw e Yets.
Um anarquista individualista.
Thoreau decidiu não pagar impostos porque achava errado dar dinheiro aos EUA, um país escravagista e em guerra com o México. Thoreau foi preso e solto no dia seguinte. Sua tia pagou a fiança.
Após a noite na cadeia, Thoreau escreveu um texto incontido e ferino, que se tornou a bíblia dos libertários: "A Desobediência Civil"
A "Desobediência Civil", nas mãos de Gandhi, serviu para derrubar um império e inspirou Martin Luther.
Guardando as devidas e normais proporções, influenciou muitos jovens brasileiros nos anos 60 e entre eles, um estudante de Passa Quatro. No início dos anos 60, o estudante e ativista Aldo G. por sua vez, emprestou a um rapaz da Boa Vista, é claro, um desgastado exemplar do pequenino e potente livro. Insistiu na sua leitura e posterior discussão. Daí surgiu outro influenciado, também, um anarquista.
"Mais que amor, dinheiro e fama, dai-me a verdade. Sentei-me a uma mesa em que a comida era fina, os vinhos abundantes e o serviço impecável, mas faltavam sinceridade e verdade e fui-me embora do recinto inóspito, sentindo fome. A hospitalidade era fria como os sorvetes." - Thoreau
Viver é Perigoso