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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

SOB A LUZ DE VELAS

Louvor do Revolucionário

Quando a opressão aumenta
Muitos se desencorajam
Mas a coragem dele cresce.
Ele organiza a luta
Pelo tostão do salário, pela água do chá
E pelo poder no Estado.
Pergunta à propriedade:
Donde vens tu?
Pergunta às opiniões:
A quem aproveitais?
Onde quer que todos calem
Ali falará ele
E onde reina a opressão e se fala do Destino
Ele nomeará os nomes.
Onde se senta à mesa
Senta-se a insatisfação à mesa
A comida estraga-se
E reconhece-se que o quarto é acanhado.
Pra onde quer que o expulsem, para lá
Vai a revolta, e donde é escorraçado
Fica ainda lá o desassossego.

Bertold Brecht

ANO NOVO



Que beleza ! Só faltam 22 dias para começar o ano (no Brasil).

Anônimo

AINDA SOBRE SAUDADE...

Mdig

LEVA EU SAUDADE


Comentário do Walter Bianchi

Hoje, 30 de janeiro é o Dia da Saudade
A palavra "saudade" é um exemplo da complexidade da língua portuguesa. Existe, em todas as línguas, um equivalente para essa palavra: "sinto sua falta". Os brasileiros, porém, sabem que sentir falta não é o mesmo que sentir saudade. Dessa forma, é um privilégio haver em nossa língua tão bela palavra, que nos permite materializar tão sublime sentimento. O objeto da saudade pode ser uma pessoa, um local, ou mesmo ideias e acontecimentos. Sentimos saudades dos amigos, dos parentes, da pessoa amada, de casa, do cachorro, do dia da formatura. Mais do que sentir falta, saudade expressa um sentimento de perda e de satisfação. É uma dualidade, embora difícil de se definir: lamenta-se o que está longe e, ao mesmo tempo, se agradece nostalgicamente por ter estado perto. Não há como definir a saudade sem apelar à poesia e à emoção. Afinal, saudade é sentimento, e não se pode definir com exatidão e palavras concretas a sua essência. Os poetas brasileiros sempre souberam expressar muito bem a saudade. Gonçalves Dias cantou a saudade da pátria ao escrever, no século XIX, o poema Canção do Exílio, quando estava na Europa: "Minha terra tem palmeiras, / onde canta o sabiá; / as aves que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá". Casimiro de Abreu, quando teve saudades do Brasil, escreveu um poema também chamado Canção do Exílio: "O país estrangeiro mais belezas / Do que a pátria não tem / [...] Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, / O céu do meu Brasil!". Ao recordar a infância em Meus Oito Anos, Casimiro versejou: "Oh! Que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!". Cecília Meireles compôs primorosos versos em Murmúrio: "Traze-me um pouco da tua lembrança, / aroma perdido, saudade da flor! / - Vê que nem te digo - esperança! / - Vê que nem sequer sonho - amor !".

Comentário do Walter Bianchi

VAI PREVALECER A GRAVATA

Ouvido hoje no começo da Rua Nova, na terrinha:

- Ô cumpadre, quem fica mais ocupado quando das eleições ?

- Essa é fácil. Além do candidato, sua família, amigos, cabos eleitorais e pessoal de apoio e marketing.

- Hê, hê, hê, dessa vez você se enganou.

- Desembuxe homem !

- Dessa vez, os que trabalharão 24 horas por dia e claro, irão ganhar muito dinheiro, serão os advogados. Pelas nuvens escuras, vai chover denúncias e processos na justiça. E vai começar já...

- Éhh... Faz sentido.

ER  

NECESSIDADE DE VIRAR O DISCO

Aconteceu na semana passada, em Porto Alegre, a 11ª edição do Fórum Social Mundial. Não ficastes sabendo ? Não se preocupe, pouca gente ficou.
Deu na Folha:
" O clima de crise existencial marcou o evento em Porto Alegre, que recebeu a primeira visita de Dilma Rousseff como presidente, mas foi ignorado por líderes estrangeiros e ganhou ares de congresso do PT."
Um dos idealizadores do fórum, o ativista Chico Whitaker expôs o desconforto na sexta-feira, em desabafo que surpreendeu a platéia acostumada com discursos empolgados sobre a derrocada iminente do capitalismo. Ele disse que o encontro não conseguiu se conectar a novos fenômenos como os movimentos de "indignados", que passaram a ocupar ruas na Europa e nos EUA.
"Temos que mudar de estratégia. Hoje concordamos em tudo e saímos daqui satisfeitos com nós mesmos. Precisamos inventar uma maneira de começar a falar com os 99% que estão insatisfeitos, disse Whitaker"

Blog: Inacreditável que tenham reconhecido isso. Mas já é um passo. Ah! participou como estrela do evento, o terrorista e condenado (na Itália), Cesare Battisti.

ER

COMO NO VELHO OESTE

Passando os olhos na Veja desta semana foi impossível não lembrar das histórias dos "Caçadores de Recompensas). Personagens sem escrúpulos, temidos e odiados.
Buscavam capturar os procurados pela justiça em busca da recompensa, entregando-os quase sempre, mortos (nunca vivos). Pressumivelmente abatidos numa emboscada.
Assim mostram os filmes e livros.
Neste país em crescimento desordenado, surgiu e floresce uma nova modalidade de "caçadores de recompensa".
Trata-se de empresas montadas, quase sempre por advogados e entendidos, que compram a preços de ocasião, de grandes empresas prestadoras de serviço, que normalmente já tiraram o "seu", pequenas dívidas de brasileiros, pendentes por uma razão ou outra, desde um passado longinquo.
Saem a caça oferecendo descontos e fazendo ameaças.
Lembram também, além "caçadores de recompensas", sangue-sugas e parasitas.
Numa sociedade em crescimento desvairado costuma aparecer de tudo.

ER

ACABOU O PAPEL


O fim da edição impressa do jornal francês La Tribune.
O periódico, fundado em 1985 como publicação dedicada à economia, despediu-se hoje de sua versão no papel em clima de tensão entre trabalhadores e administração e passa a existir apenas em edição digital.
A edição de hoje trás um caderno especial de oito páginas dedicado ao jornalismo e à história do periódico.
Dois grupos de investidores estão interessados em comprar a publicação:
 O grupo France Economie Régions, associado ao Hi-Media, e o Financière patrimoniale d'Investissements. Ambos querem abandonar a versão diária de papel, um deles defende a periodicidade semanal.

Blog: Seria uma tendência mundial ?

ER


BANDO DE MALANDROS

Bando de malandros, no bom sentido, é claro.
Não me lembro o ano correto, mas foi bem no princípio dos 60.
A mais bem treinada e equipada fanfarra do município e da região, era a do Colégio de Itajubá. A moçada era empolgada e tinha até fã-clube. Era conduzida pelo Emmel (Auto-peças) e o astro na marcação era o Serginho Mohallen, que também era baterista do conjunto musical da cidade.
Pois bem, um pouco antes da "semana da pátria" daquele histórico ano, resolveram formar uma fanfarra (com instrumentos emprestados) para ensair e desfilar com (acredite se quiser), o Colégio das Irmãs, que na época funcionava também com internato.
Imaginem: Uma semana inteira tocando tambor debaixo das centenárias mangueiras, dentro do colégio das freiras, onde não entrava homens nem por reza braba.
Foi o maná, tão somente ficar perto daquela moçada bonita. 
Os rapazes dotados de zero no quesito ufanismo e conhecimento musical se inscreveram na hora.
Apareceram e foram selecionados pelo maestro, hoje, Dr. Rogério Vilela, os quarenta primeiros e entre eles o zelador.
Coube-lhe um estranho tambor, ou surdo, ou algo assim, que teve as evidentes e humilhantes manchas de zinabre, cobertas por uma bandeirola verde e amarela.
Pintado em vermelho no couro do tambor, o nome do proprietário: Club Nova Aurora.
Semana maravilhosa, independente dos calos nas mãos e obrigatoriedade de usar no desfile, calça azul-marinho, com uma fita de cetim branca pregada nas laterais.
A camisa (de manga comprida) era branca.
Pura verdade.
Quem sabe, agora lendo o "viver é perigoso", alguns dos "músicos" se revelem.

ER  

A HERANÇA