Aconteceu em Belo Horizonte o Iª Concurso Mineiro de Cartas de AmorL promovovido pelo radialista Agnaldo Silva, por ocasião do aniversário de três anos da Orquestra Mineira de Brega.
A orquestra é formada por jovens músicos que interpretam clássicos de motel como Borbulhas de Amor, de Fagner, ou Je T’aime... Moi non Plus, de Jane Birkin e Serge Gainsbourg.
A carta vencedora foi anunciada por Agnaldo Silva, num evento ocorrido em uma casa noturna, sob chuva de papel picado prateado, enquanto a música-tema de seu programa, a arrebatadora Love’s Theme, de Barry White, era executada pela Orquestra.
Quem julgou as 35 cartas inscritas no concurso foi Mariângela Paraizo, professora da Faculdade de Letras da UFMGO .
O vencedora foi a advogad Jéssica Freitas, de 24 anos, queganhou um par de ingressos para o show da banda, champanhe e morangos no camarim, além da incomparável oportunidade de ter sua carta lida em bom som pela voz de veludo do cupido )Agnaldo) em pessoa.
A vencedora foi a advogada Jéssica Freitas, de 24 anos.
Leiam alguns trechos das preciosidades:
- “Dizem que o amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente”, entoou, caprichando na citação de Camões. “Pois a ferida que restou em meu peito depois que você partiu dói, queima, lateja, com tanta intensidade que quase posso tocar.”
- “Outros romances virão. Amores, não mais. Não darei a outros o amor que guardei para você. E sei que eles não me darão, jamais, a plenitude que senti ao seu lado.”
- “Com seu jeito calmo, manso, você veio e se despejou sobre meu ser, meu querer. Sem saber, me acendeu como um crente acende a vela em uma oração silenciosa, intimista se tornou.”
- “Roço teu rosto com minhas mãos trêmulas, elas padecem frias, mas guardam todo o carinho inefável de uma poesia. Tremes um pouco. Balouça como se a brisa fosse sua rede. Recuo. Ponho, então, meu lábio rude sobre o seu róseo estandarte real.”
- “Com longos goles de champagne frappé, tocarei um estribilho nas cordas da sua voz. Espantarei as moscas do seu doce tédio e edificarei potes de amor lacrimejado, quando você se entristecer por um motivo qualquer”,
- “Você é minha gitana, minha Musetta e eu sou seu mouro.”
Nuno Manna - Revista Piaui (resumo)