Fernando Morais, mineiro de Mariana, completou 75 anos na semana passada. Um jornalista, escritor e político importante.
Em 1976 li seu primeiro livro. "A Ilha" - uma reportagem sobre Cuba que tornou-se um dos maiores sucessos editoriais brasileiros. Quase acreditei no paraíso descrito por ele. Logo, se evidenciou que a realidade em Cuba era bem complicada.
Sempre segui os trabalhos do Fernando Morais, muito embora, discorde do seu posicionamento político.
Li "Olga", que narra a trajetória trágica de Olga Benário, recrutada pelo governo soviético para dar proteção ao líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, com quem viveria um romance antes de ser presa e deportada pelo governo Vargas e morta na Alemanha nazista.
Chatô, o Rei do Brasil - biografia de Assis Chateaubriand, na qual são narrados sem retoques os expedientes pouco ortodoxos por ele utilizados para construir seu império jornalístico.
Corações Sujos - reconstitui a mais sangrenta página da história da imigração japonesa, a aventura da Shindo Renmei e sua vingança contra os corações sujos, assim chamados os japoneses acusados de trair sua pátria por "acreditarem" na derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Na Toca dos Leões - o autor esmiúça a vida de Washington Olivetto, Javier Llussá Ciuret e Gabriel Zellmeister, os fundadores da W/Brasil, uma das agências de propaganda mais premiadas do mundo.
Montenegro, as aventuras do Marechal que fez uma revolução nos céus do Brasil - biografia de Casimiro Montenegro Filho, o Marechal Montenegro, pioneiro da aviação e revolucionário de 1930, que, em 1950, enfrentou Presidente da República, ministros e companheiros de farda para criar o Instituto Tecnológico da Aeronáutica - ITA.
Aguardando na estante para ser lido: Os Últimos Soldados da Guerra Fria.
Tudo isso para dizer que chega às livrarias em outubro pela Companhia das Letras, do Fernando Morais, o primeiro dos três volumes da biografia de Lula. No primeiro volume, Morais narra a vida de Lula até 1982.
Curioso: Morais relata que, após a derrota em sua primeira vez como candidato, Lula entrou em depressão. Queria sair da política. O que o levou a repensar a desistência e se tornou definitivo para ele continuar na estrada foi uma conversa com Fidel Castro, que o incentivou a prosseguir. (Lauro Jardim).
Embora imagine e, antecipadamente, discorde do esperado colorido a ser dado pelo Morais, sem dúvida que lerei o livro.
Viver é Perigoso