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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

REVOLTA DA VACINA



No Brasil, o medo e a desinformação sobre a imunização, além de questões políticas, foram os combustíveis para a chamada Revolta da Vacina, entre 10 e 16 de novembro de 1904.

A rebelião popular contra a vacinação obrigatória da varíola resultou em 945 prisões, 110 feridos e 30 mortos.

O estopim foi a lei nº 1.261, de 31 de outubro de 1904, que dava poderes às autoridades sanitárias como aplicar multas aos que se recusassem a tomar a vacina e exigir um atestado de vacinação para se matricular em escolas, realizar casamentos e viagens, e até para conseguir emprego.

O então diretor-geral de saúde pública do governo federal, o médico sanitarista Oswaldo Cruz, defendia que o imunizante havia sido salvado vidas em diversos países da Europa — o Rio de Janeiro, então capital federal, sofria com o surto de varíola, devido principalmente ao seu crescimento desordenado.

Mas políticos se mostravam contrários à vacinação obrigatória e as pessoas acreditavam, por falta de informação, que a invasão às suas casas se tornaria algo corriqueiro — para vacinar as pessoas, os agentes de saúde tinham autorização para entrar nas casas.

Além disso, assim como nos países europeus, a população não entendia a ciência por trás da vacina: por ser feita a partir do vírus causador da varíola bovina, circulavam boatos de que quem tomasse o imunizante passaria a se parecer com um boi.

Em 10 de novembro, a revolta começou. Ela era liderada pela Liga Contra Vacina Obrigatória, uma organização criada poucos dias antes e encabeçada pelo senador republicano Lauro Sodré.

"Houve de tudo ontem. Tiros, gritos, vaias, interrupção de trânsito, estabelecimentos e casas de espetáculos fechadas, bondes assaltados e bondes queimados, lampiões quebrados à pedrada, árvores derrubadas, edifícios públicos e particulares deteriorados", noticiou a edição de 14 de novembro do jornal Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro.

Os confrontos com a polícia começaram com uma reunião entre pessoas contrárias à lei, principalmente estudantes.

Durante dias, mais de 2 mil pessoas protestaram e combateram as forças do governo. As lojas fecharam, o transporte público sofreu interrupções.

Além das 945 prisões, 110 pessoas feridas e 30 mortos, cerca de 461 presos foram deportados para o norte e condenados a trabalhos forçados.

Viver é Perigoso

O PATRIARCA

 


Johann Christian Gottlieb Rennow, nasceu em 17 de dezembro de 1790, na cidade de Ludwigslust, Ducado de Mecklenburg-Schwerin, hoje, Estado Federal de Mecklenburg-Vorpommern, da República Federal da Alemanha.
Foi batizado na Igreja Luterana de sua cidade natal, em 20 de dezembro de 1790.

Capitão médico do Exército prussiano, deixou Berlim com destino ao Brasil em 1817, como enviado especial do Rei da Prussia, Frederico Guilherme, estabelecendo-se na Vila de Curitiba, Paraná.

Em junho de 1920 converteu-se ao catolicismo e em 1º de agosto do mesmo ano casou-se com Dona Ana Joaquina Ferreira, filha do sargento-mor, Antonio Ferreira, governador da Vila de Curitiba.

Anos depois, estimulado pelo cunhado, Cândido José Ferreira, que adquirira uma propriedade rural em Itajubá, comprou uma fazenda vizinha onde fixou residência. Lá criou seus oito filhos. Dr. Rennow, foi o primeiro médico de Itajubá. Depois de anos, mudou-se para São Bento do Sapucaí.

Um dos seus filhos, João Joaquim Rennó, foi pai do João Francisco Rennó, que por sua vez, foi pai da Dona Maria Palma Rennó Moreira, conhecida como Dona Mindoca, casada com o Sr. Francisco Moreira da Costa, de Santa Rita do Sapucaí.

Dona Mindoca e o Sr. Chico Moreira, tiveram três filhos. Sinhá Moreira, Maria do Carmo e Delfim Rennó.

Maria do Carmo, Carminha, casou-se com Olavo Bilac Pinto.

O tio de Dona Sinhá, Delfim Moreira da Costa Ribeiro, chegou a ser Presidente da República.

O Dr. Delfim Moreira era primo do ex-presidente Wenceslau Braz.

Primo também, de São Bento do Sapucaí, foi o político Plínio Salgado, nascido em 1895, escritor e jornalista, que se tornou chefe do maior movimento nacionalista da história do Brasil: o Integralismo.

Em tempo, Dona Sinhá Moreira, figura central no desenvolvimento de Santa Rita do Sapucaí (e doadora do terreno para construção da Faculdade de Medicina de Itajubá), foi casada (em 1929) com o diplomata, também santa-ritense e seu primo, Antonio Moreira de Abreu. Desquitaram-se em 1941.

Viver é Perigoso

POIS É...


Edital - Na forma da lei, faz saber que pretendem se casar:

Não que me provoque espanto. Mas chamou minha atenção ver, pela primeira vez, publicado (no jornal local), Edital de Casamento de ELE ...nacionalidade brasileira divorciado...e ELE...nacionalidade brasileira divorciado.

É a vida...

Viver é Perigoso

LIVROS, PRESENTE DE AMIGO

 


Recebidos hoje. Grato Rack.

Blues - ( Crumb desenha uma breve história da América.)

O Homen do Casaco Vermelho - Julian Barnes ( Um livro que comprova que a realidade pode de fato ultrapassar a ficção)

Qualquer Lugar Menos Agora - J.P.Cuenca (Cada viagem é feita de instantes)

As Vozes da Metrópole - Ruy Castro (Uma antologia do Rio de Janeiro dos anos 20)

Invencível - Laura Hillenbrand (Inspirou o filme. Relato fascinante da coragem e resiliência de um ser humano extraordinário)

Entre Sem Bater - Cláudio Figueiredo (a vida de Apparício Torelly, o Barão de Itararé)

Viver é Perigoso

ESTRELA SOLITÁRIA


Em 1948, ao entrar no palco do Programa "Calouros em Desfile", comandado pelo Ary Barroso, a operária Elza Soares, então com 18 anos, usava um vestido da mãe, vinte quilos mais gorda. Tudo dobrado e ajeitado com alfinetes de fralda.

Ary Barroso perguntou: De que planeta você veio minha filha ?

Elza respondeu na batata:

- Do planeta fome, seu Ary.

E cantou o samba - canção "Lama". " se quiser fumar eu fumo, se quiser beber eu bebo, não interessa a ninguém "

Elza obteve a nota máxima e ganhou o prêmio de quinhentos cruzeiros. Voltou para o Morro de táxi.

No final dos anos 90, li o livro do grande Ruy Castro "Estrela Solítária" - Um brasileiro chamado Garrincha. (ainda tenho o exemplar).

Ao terminar o livro, conclui que a Estrela Solitária, no caso Mané Garrincha, poderia ser muito bem a Elza Soares, que viveu e sofreu com o craque por muitos anos.

Elza, que foi obrigada pelo pai a casar-se com 13 anos de idade, tomou o barco ontem aos 91 anos. Vida sofrida nos limites e arte transmitida pela voz e o admirável estilo.

Em acidentes perdeu a mãe e filhos. Condenada pelo País como causadora da separação de Garrincha, que deixou sua mulher humilde e uma penca de filhas. Conviveu com ingênuo, depois alcoólatra e violento Mané. 

Em 1962, na Copa de Mundo do Chile, já com um caso camuflado com Garrincha, Elza esteve lá e assistiu a vitória do Brasil contra a Espanha. Á noite, num Festival de Música em Valparaíso, cantou numa programação que incluía nada mais nada menos que Louis Armstrong seus All Stars. Armstrong, que fecharia a noite, estava nos bastidores quando Elza cantou "Edmund" e reconheceu a música "In the mood", claro. Impressionou-se. No final do número, Armstrong esperou-a na coxia, abraçou-a e a chamou de "my daughter.

Um trajetória impressionante.

Viver é Perigoso