À Valenciana |
Deu no Paladar:
As normas brasileiras exigem que o nome da espécie, obrigatoriamente, deve constar da embalagem. São cinco as espécies de bacalhau, sendo quatro vindas das águas frias do Mar do Norte, mais precisamente, da Noruega:
Gadus Morhua
O mais nobre, de posta alta que se desmancha em lascas. É untuoso e suculento. Também pode ser chamado de bacalhau do Porto.
Ling
Carne macia, que se desfaz em lascas. Vai bem cozido ou apenas selado na chapa.
Saithe
O de sabor mais intenso. Bom para saladas, brandade e outros preparos desfiados. Também rende um bom ceviche, basta dessalgar e marinar.
Zarbo
Tem textura mais rija e "esfarelenta". Menos valorizado, é melhor desfiado.
E um tipo do Oceano Pacífico:
Gadus Macrocephalus
Menor e menos nobre que o do Atlântico. Bem mais fibroso, sua carne só pode ser desfiada.
Brasil e Portugal são os maiores consumidores do mundo. 95% da produção norueguesa de bacalhau é exportada. No ano passado, o Brasil recebeu 18 mil toneladas de bacalhau, o equivalente a 20% da produção da Noruega.
O bacalhau passa os seus primeiros anos no Ártico e quando adulto (dos 2 aos 4 anos), nada durante o inverno até as águas rasas da costa norueguesa para se reproduzir. Tudo se aproveita do peixe. A cabeça, é seca e exportada para países como a Nigéria, onde é usada em caldas. A língua e os músculos da garganta são consumidos como petiscos fritos. O fígado serve para extrair óleo. As ovas são consumidas salgadas (caviar) e curadas (bottarga).
Os portugueses são donos do maior receituário de bacalhau seco e salgado do mundo.
Pois é...
Viver é Perigoso