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domingo, 26 de março de 2023

AQUI BLUES


Abrindo o jornal e tomando conhecimento da passagem de um tornado pelos estados do Mississipi e Alabama, no sul dos EUA.

A tempestade fez um estrago. O barco levou 24 pessoas, edifícios foram derrubados. Oitenta mil pessoas ficaram sem luz.

O local mais atingido foi Rolling Fork, cidade no Delta do Mississipi, com uma população de 2 mil habitantes, predominantemente negra.

Em Rolling Fork, em 1913, nasceu o Sr. McKinley Morganfield. simplesmente conhecido como Muddy Waters, cantor e músico de blues, citado como o "pai do blues moderno de Chicago".

A música de Muddy Waters influenciou vários gêneros musicais americanos o incluindo rock.

Em 1948, sua música "Rollin Stone" se tornou um sucesso. Foi de onde saiu o nome da banda britânica The Rolling Stones.

Muddy Waters influenciou o Cream (Eric Clapton), Fleetwood Mac, Jimmy Hendrix, Allman Brothers Band, Supertramp, Bob Dylan, Paul Rodgers, Jeff Beck, AC/DC, Led Zeppelin.

The Rolling Stones, Eric Clapton, seapresentaram com Waters.

Registro: Em 2017, um mural de dez histórias encomendado como parte do Chicago Blues Festival e desenhado pelo artista brasileiro Eduardo Kobra foi pintado na lateral do prédio na 17 North State Street, na esquina das ruas State e Washington.

Muddy Waters tomou o barco em abril de 1983. Há exatos 40 anos.

Viver é Perigoso

AINDA PERTO



Encontrei na manhã deste ensolarado domingo, na Boa Vista, é claro, com o Sr. Zé Ferino. Se mostrava feliz e bem humorado, como sempre.

Perguntei-lhe:

- Oi Sr. Zé Ferino, o que achou da mudança da Dilma para a China ?

Respondeu curto e grosso:

- Perto.

Viver é Perigoso


SINAIS

 


Viver é Perigoso

LETRAS

 


Saudade das escritas de próprio punho.
Desde o primário, no Rafael Magalhães, na Boa Vista, é claro, quando sentávamos em carteiras duplas, reconhecíamos os colegas pelas letras.
Garranchos com personalidade e sem personalidade. Letras gordinhas, magras e altas e as inevitáveis misturas de letras convencionais com letras de forma. Palavras com as letras juntinhas e também com espaços entre elas, inexplicáveis.
Erros hoje cometidos e facilmente perceptíveis nos textos digitados, muitas vezes não eram notados nas escritas à mão, ou melhor, ofereciam maiores possibilidades para justificativa.
Em Itajubá a vida não era nada fácil para os rapazes, quase sempre relaxados, poucos interessados na pela língua pátria e leitores temporões.
A desgraça era que todas as jovens, repito, todas as jovens itajubenses, eram normalistas. Ou do Colégio das Freiras ou do Colégio Estadual.
Uma moça, lindíssima por sinal, terminou um namoro após receber um bilhete do namorado, com sincera declaração de amor. Justificava junto as amigas: Me emocionou o "querida eu te amo", mas com aquela letra, não deu mais.
Eu mesmo, levei um fora por escrito e fiquei vagando por horas, sem destino, com o bilhete nas mãos. Sem ódio e sem raiva. A letra era linda.
Escritas desenhadas, palavras deslizando pelas folhas, sempre na mesma altura e nada de sobe e desce montanhas quando a folha não era pautada.
Saudade do lacinho na letra ó, quando no final de uma palavra.
Minha mãe, que tinha uma doce, bordada e suave escrita, cansou-se de comprar cadernos de caligrafia no Magazine Fukaiama, também na Boa Vista, é claro. Como modelo, escrevia na linha superior: "O estudo é a luz da vida". Completei dezenas de caderno e de nada adiantou. Garranchos e mais garranchos, atenuados pela personalidade, isto é, garranchos sempre no mesmo estilo.
Um grande amigo, contrariando a tese que letras bonitas era um dom das mulheres, escrevia caprichosamente com naturalidade. Letras emendadinhas e elegantes. A sociedade ginasiana machista e invejosa o olhava com olhos atravessados. Achavam o moço meio esquisito.
Uma pena. O jovem formou-se em medicina, casou e tem um família maravilhosa. Tempos após a sua formatura fui consultá-lo sobre uma dificuldade visual.
Boa consulta e boa conversa. Assustei-me com os garranchos desenhados na prescrição médica. Olhei novamente no papel e olhei para ele. Imaginei que era efeito das pupilas ainda dilatadas.
Antecipando o breque ele falou:
Você compraria um remédio prescrito com a minha letra original ?
Respondi de chofre: Com certeza não !
É a vida...

Viver é Perigoso