Não tenhas medo de parecer palerma; antes de tudo é preciso ter o espírito livre; só quem não teme escrever palermices tem o espírito livre.
Anton Tchekhov
sexta-feira, 19 de abril de 2013
TORNEIRAS ABERTAS
A presidente Dilma Rousseff esteve no início da semana em BH e já em plena campanha para 2014, anunciou um "pacote de bondades" para Minas.
Vai entregar 58 motoniveladoras, 50 escavadeiras e 19 ônibus escolares para 108 cidades mineiras.
Não sabemos quais os municípios escolhidos. Creio que foram os mais carentes, o que definitivamente não é o caso da terrinha. Até administrações tucanas receberão equipamentos.
Ontem, para não ficar por baixo, o governador Anastasia reuniu com 20 prefeitos de sua base aliada. Também não sei, mas creio que o nosso prefeito Rodrigo(PMDB) não faz parte da base aliada mineira. Parece que as novidades foram boas.
Deu na imprensa que na próxima segunda-feira, o Governador anunciará um novo programa de investimentos para Minas em parceria com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) no valor de R$ 700 milhões. Devem ser empréstimos facilitados. Creio que o nosso crédito junto ao BDMG anda no limite. Lembrem-se do último Projeto Somma (prefeito Jorge).
Tudo isso, mencionando o já comentado projeto do Anastasia, ProMunicípio, que destinará R$ 2,1 bilhões para as áreas de saúde, educação e infraestrutura no interior do Estado.
O nosso
Política, política e política...
O nosso prefeito deverá equilibrar-se entre o governo mineiro, através do seu tradicional parceiro Dep. Bilaquinho e o governo federal, através do Dep. Ulysses e seu guru (do Ulysses), Odair Cunha.
Experiência e jogo de cintura não faltarão.
ER
FAZ SENTIDO...
Ouvido ontem à noite no Bar Caçador:
- Ô Cumpadre, que sufoco ! Meu cunhado emprestou o apartamento dele em Ubatuba e passei lá dez dias com a patroa.
- De um cunhado bom desses é que eu estou precisando.
- Que nada ! ele só empresta quando tem previsão de chuva e está fazendo frio. Levei até cobertor.
- Mas onde está o sufoco mêu ?
- Ontem na chegada na terrinha. Entrei em três contra-mão, duas rotatórias estranhas, parei em três esquinas para dar preferência para o outro e quase me bateram por trás. Passei direto em dois cruzamentos, onde a preferência era (eu disse era) minha e foi um tal de barulho de freiadas e palavrões que assustei. Corri mais riscos dentro da cidade do que nas rodovias.
- Cara, podes crer, passar por esses apertos não é privilégio seu.
- Será que irá melhorar ?
- Melhorar eu não sei, mas todo mundo já sabe que tem na cidade uma nova administração.
- Éh...faz todo o sentido.
ER
CARTA DA PATROA
Prezada Colaboradora doméstica,
Quero cumprimentá-la porque, finalmente, a sua classe passou a ter os mesmos direitos do restante dos trabalhadores do nosso país.
Agora as suas horas extras serão remuneradas, você terá direito ao FGTS, seguro desemprego, intervalo na jornada de trabalho e mais uma série de benefícios.
Parabéns pela conquista !
Mas, posso informá-la de que, para mim, pouca coisa mudará...
Afinal estou acostumada ao dia a dia do mercado de trabalho e, com certeza, saberei me adaptar rapidamente às novas regras.
Apertando um pouco mais o orçamento, conseguirei pagar todos os ônus da nova lei, porém me preocupo com o novo tratamento que terei de dar a você,
pois “para todo bônus, o seu ônus”.
Você será reconhecida por mim, financeiramente, mas precisará comprovar-me que está apta a ser tratada como profissional.
Adeus às velhas desculpas de que o ônibus atrasou...
Agora tenho que registrar sua entrada e sua saída, para computar as horas extras a que você tenha direito...
Não me peça para não descontar suas faltas!
Inevitavelmente terei que contribuir para um fundo de garantia por seu tempo de serviço [FGTS] e, por isso, você precisa vir trabalhar.
Lembre-se, também, que não aceitarei as desculpas de que você não sabe cozinhar, passar, lavar roupas, pois estas aptidões são necessárias para
o seu trabalho.
Siga as minhas orientações e cumpra as minhas determinações.
Para atender às necessidades do meu lar, tal como acontece nas empresas (veja o comércio), busque a capacitação e a reciclagem, esteja atenta às
boas relações interpessoais, para que eu possa honrar com prazer os seus direitos ora adquiridos.
Não vale mais ser doméstica e estudar datilografia (ah! Isso era antigamente, agora é informática...), ou passar horas mexendo e aprendendo tudo
do celular ou ouvindo radinho sem se importar em esmerar-se para atender às necessidades do meu lar, pois isso é o que o seu emprego requer!... Deixe o lazer para o período de descanso...
Você alcançou uma posição privilegiada, é uma profissional com todos os direitos da Consolidação das Leis do Trabalho, igual a qualquer empregado
de uma empresa, embora meu lar e a minha família não se enquadrem nessa categoria e não tenham fins lucrativos. Portanto, acostume-se a ser advertida, afinal tarefas não realizadas contarão também para demissão por justa causa.
Prejuízos ocasionados pela má utilização dos pertences de minha residência [seu local de trabalho], serão tratados como patrimônio, que você terá
obrigação de zelar e ressarcir-me, caso venha a danificá-lo. E isso inclui as minhas roupas que você costuma manchar ao lavar e/ou queimar ao passar. Mas não se preocupe, quando eu fizer a reposição do item por outro igual, apresentarei o cupom fiscal a você.
Sentirei no bolso, é verdade, mas a grande privilegiada será você, pois até que enfim alguém pensou em sua classe, no seu crescimento pessoal e
profissional, espero que com a aquisição de todos esses benefícios você consiga manter-se no mercado de trabalho, buscando sempre o aprimoramento profissional.
Espero, ainda, que esse pouco dinheiro que chegará às suas mãos, uma vez que grande parte dele vai mesmo ficar para o governo, lhe dê condições
de sustentar a sua família, pagar os cursos que você precisa fazer e ainda assim ser a amiga e companheira que nos auxilia ao longo de nossas vidas.
Atentando para tudo isso, nossa relação de amizade não sofrerá a menor mudança.
Respeito o seu trabalho, preciso de sua ajuda em meu lar e confio no seu potencial.
Por isso, espero que essa nova lei seja um marco para nós duas.
Um abraço e muito sucesso para você!
Sua patroa.
Quero cumprimentá-la porque, finalmente, a sua classe passou a ter os mesmos direitos do restante dos trabalhadores do nosso país.
Agora as suas horas extras serão remuneradas, você terá direito ao FGTS, seguro desemprego, intervalo na jornada de trabalho e mais uma série de benefícios.
Parabéns pela conquista !
Mas, posso informá-la de que, para mim, pouca coisa mudará...
Afinal estou acostumada ao dia a dia do mercado de trabalho e, com certeza, saberei me adaptar rapidamente às novas regras.
Apertando um pouco mais o orçamento, conseguirei pagar todos os ônus da nova lei, porém me preocupo com o novo tratamento que terei de dar a você,
pois “para todo bônus, o seu ônus”.
Você será reconhecida por mim, financeiramente, mas precisará comprovar-me que está apta a ser tratada como profissional.
Adeus às velhas desculpas de que o ônibus atrasou...
Agora tenho que registrar sua entrada e sua saída, para computar as horas extras a que você tenha direito...
Não me peça para não descontar suas faltas!
Inevitavelmente terei que contribuir para um fundo de garantia por seu tempo de serviço [FGTS] e, por isso, você precisa vir trabalhar.
Lembre-se, também, que não aceitarei as desculpas de que você não sabe cozinhar, passar, lavar roupas, pois estas aptidões são necessárias para
o seu trabalho.
Siga as minhas orientações e cumpra as minhas determinações.
Para atender às necessidades do meu lar, tal como acontece nas empresas (veja o comércio), busque a capacitação e a reciclagem, esteja atenta às
boas relações interpessoais, para que eu possa honrar com prazer os seus direitos ora adquiridos.
Não vale mais ser doméstica e estudar datilografia (ah! Isso era antigamente, agora é informática...), ou passar horas mexendo e aprendendo tudo
do celular ou ouvindo radinho sem se importar em esmerar-se para atender às necessidades do meu lar, pois isso é o que o seu emprego requer!... Deixe o lazer para o período de descanso...
Você alcançou uma posição privilegiada, é uma profissional com todos os direitos da Consolidação das Leis do Trabalho, igual a qualquer empregado
de uma empresa, embora meu lar e a minha família não se enquadrem nessa categoria e não tenham fins lucrativos. Portanto, acostume-se a ser advertida, afinal tarefas não realizadas contarão também para demissão por justa causa.
Prejuízos ocasionados pela má utilização dos pertences de minha residência [seu local de trabalho], serão tratados como patrimônio, que você terá
obrigação de zelar e ressarcir-me, caso venha a danificá-lo. E isso inclui as minhas roupas que você costuma manchar ao lavar e/ou queimar ao passar. Mas não se preocupe, quando eu fizer a reposição do item por outro igual, apresentarei o cupom fiscal a você.
Sentirei no bolso, é verdade, mas a grande privilegiada será você, pois até que enfim alguém pensou em sua classe, no seu crescimento pessoal e
profissional, espero que com a aquisição de todos esses benefícios você consiga manter-se no mercado de trabalho, buscando sempre o aprimoramento profissional.
Espero, ainda, que esse pouco dinheiro que chegará às suas mãos, uma vez que grande parte dele vai mesmo ficar para o governo, lhe dê condições
de sustentar a sua família, pagar os cursos que você precisa fazer e ainda assim ser a amiga e companheira que nos auxilia ao longo de nossas vidas.
Atentando para tudo isso, nossa relação de amizade não sofrerá a menor mudança.
Respeito o seu trabalho, preciso de sua ajuda em meu lar e confio no seu potencial.
Por isso, espero que essa nova lei seja um marco para nós duas.
Um abraço e muito sucesso para você!
Sua patroa.
(email recebido pelo Walter Bianchi)
ER
EXPLICANDO
Jornal não é Internet, Internet não é jornal. Jornal não pode querer competir com a Internet: não tem a instantaneidade, não tem o movimento, não tem a interatividade. Internet não pode querer competir com jornal: não tem como mergulhar fundo nos fatos, estudando-os, pesquisando, buscando origens e consequências. A Internet me diz que o tomate está caro; o jornal tem de me dizer por que o tomate está caro e quanto tempo levará para voltar ao preço normal.
Carlos Brickmann
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