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sábado, 13 de fevereiro de 2021

SAMBA ENREDO 2021

Quem me vê sempre parado distante
Garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando
O Butantã chamar

Eu vejo a fila que forma na esquina
E ainda não posso tomar
Tô me guardando pra quando
O Butantã chamar

Há muito tempo eu desejo a picada
Molhada que vai me curar
Tô me guardando pra quando
O Butantã chamar

Eu ofereço meu braço
Num abraço pra imunizar
Tô me guardando pra quando
O Butantã chamar

Essa vacina da China
Chegando minha vez vou tomar
Tô me guardando pra quando
O Butantã chamar

Eu quero ir logo pro bloco
Mas ainda não posso me aglomerar
Tô me guardando pra quando
O Butantã chamar

Renato Terra - Folha de São Paulo

Viver é Perigoso

COMUNISTA ?



Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, disse ao Estadão que a variante brasileira do coronavírus preocupa o governo americano.

“O Brasil tem uma mutação que é uma preocupação para nós. É uma mutação que é muito similar à variante da África do Sul, que tem escapado da proteção de muitos anticorpos monoclonais e diminui a eficácia de anticorpos induzidos por duas vacinas que estão disponíveis“, afirmou.

Ainda de acordo com Fauci, o fluxo de viagens entre Brasil e os Estados Unidos não deve voltar ao normal tão cedo.

“Então há uma preocupação com relação às viagens. Não acredito que haverá nenhuma mudança no futuro imediato das restrições de viagem impostas ao Brasil.“

Viver é Perigoso

VENDO COISAS


Os americanos são cheios de crendices. Com a força da mídia adoram acreditar e comentar sobre o impossível.

Por exemplo, muitos acreditam na versão que o Elvis não morreu. Como também, Marylin está vivinha, ambos morando reclusos numa misteriosa ilha nos confins do Oceano Pacífico.

O brasileiros não ficam atrás, principalmente no caso de personalidades políticas. Aficionados juram de pés juntos, que o Aécio segue vivo numa distante fazenda no interior de Minas, com campo de pouso, claro.

E mais, Fernando Pimentel ainda vive em uma inacessível cobertura em Guarapari. Newton Cardoso, teria uma plantação exótica na fazenda onde moraria no Paraguai.

Imaginem: Alkmim teria sido visto caminhando pelas frias madrugadas, atendendo em um hospital na cidade de Pindamonhangaba.

Alguns mais fanáticos, como um ex-capitão reformado de exército, não só acredita que ainda estão vivos, como apresentou imagens e comentários, dos saudosos Collor, Temer e Sarney, que atuariam como conselheiros.

Claro, tudo politicamente falando.

Viver é Perigoso  

ISONOMIA

 


Viver é Perigoso

COMENTÁRIOS EM CONTA-GOTAS

1 Caríssimo bom dia. Segundo dados governamentais temos uma estimativa de 16.370.000 compatriotas para vacinar nos grupos de risco antes dos setentões. Vezes 2 dão 33.7400.000 de doses. Mais 47.000.000 até os sessentões. Meu caso. Como temos mais menos 10.000.000 das 2 vacinas realmente disponíveis veja quanto vai demorar para chegar a sua, a nossa vez. Algumas capitais já falam em parar a vacinação semana que vem. Erros de avaliação acontecidos, burrice é aquela famosa frase "“Pessoal diz que eu tenho que ir atrás [da vacina]. Não, não. Quem quer vender, se eu sou vendedor, eu quero apresentar” do imprevisível Jair e o episódio da Pfizer foram determinantes para dar no que deu. Detesto dizer mas se não fosse o Dória......

Blog: Assustador !

2 -  Seu Nilo Ferreira moço bonito patrimônio daqui perto na Boa Vista é claro 101 anos também vacinado. Da nossa saudosa Companhia Sul Mineira de Eletricidade depois da Cemig. Eterno pé de valsa dá os seus passinhos de dança até hoje.

Blog: Admirado Sr. Nilo. Amigo e pai do também amigo e colega Douglas.

Viver é Perigoso

UM HOMEM SEM NENHUM HORIZONTE

Sem ser chato, mas novamente cito o livro "A Organização" - da Malu Gaspar, que li recentemente e comentei. Hoje o Ignácio de Loyola Brandão escreveu na sua coluna no Estadão. Oportuno ler neste momento em que ministros do STF, acusam, insultam e tentam anular a Operação Lava Jato.

Quando me perguntam: o que você leu nesta pandemia?

A Malu Gaspar por um bom tempo não me deixou ler nada. Não teve jeito. Fiquei encerrado, dia e noite, noite e dia em um livro-reportagem intitulado A Organização. Vocês se lembram da frase que acompanhava o chocolatinho Bis? É impossível comer um só? Você não para de comer. Assim acontece com o livro de Malu.

Bom, estou lendo A Organização. É a mais longa e contundente reportagem que já li. "A Organização" poderia ter o título "O Chefão".

Porque se encaixa. Assim como A Organização, poderia ser Chefão, 1, 2, 3, 4, 5, 6.... No filme, baseado em Mario Puzo, trata-se da máfia em forma de ficção. Aqui, mergulhamos na realidade brasileira. A Odebrecht montou um esquema de corrupção que chocou o mundo.

Nenhum de nós podia imaginar como a maior empreiteira do Brasil montou um esquema em que o dinheiro ilícito jorrou, sem parar, a todo instante para deputados (ninguém assina uma emenda sem colocar algum no bolso), ministros, governadores, judiciário, presidentes, presidentes de outros países, diretores de estatais, o que você pensar de quem decide grande.

Decide com o dinheiro entregue em caixas de sapatos, escondido em cuecas, calcinhas, malas que surgem misteriosamente em apartamentos vazios, em contas ilegais espalhadas pelo mundo. Dá para acreditar que a empresa chegou a comprar um banco para efetuar transações sub-reptícias?

O livro é fascinante, anima, deprime, enoja, distrai, alegra, provoca ânsias, comichões. Impressiona ver a facilidade com que se fala em um milhão, 50 milhões, 100 milhões, 500 milhões. Um bilhão. De reais? De dólares. Que escoam ocultos por meio de uma rede de doleiros, trapaceiros, velhacos, biltres de todos os tipos, finórios, pulhas. Um bilhão, meus leitores. Para os bolsos de gente como o Cunha, Aécio, Cabral, Pimentel, Jucá, Calheiros, Delcídio, Paulo Preto, PT, PSDB - e muitos outros.

Preto no branco, os nomes estão todos nesse livro corajoso, com uma intensidade louca de pesquisas, entrevistas, exemplo para ser adotado em faculdades de jornalismo.

Tem hora que você para e grita: não é possível !! De modo algum !!

Uma rede dessas com nomes tidos como respeitáveis, honrados, afundados em falcatruas.

Rios de dinheiro correndo subterraneamente. O dinheiro com que a Odebrecht alimentou a ilegalidade resolveria os problemas de sanitarismo, habitação popular, água, fome deste Brasil. Desapareceu no bolso dos que mandavam. Ou dos que ainda mandam.

Pensar que havia executivo da organização que tungava a própria organização. Este é um livro trágico.

Pode ser shakespeariano ou nelsonrodriguiano. Marcelo Odebrecht, o príncipe, herdeiro da maior empreiteira do Brasil, o homem que queria ser rei, queria ser imperador, monarca, czar, potentado, termina sozinho, brigado com o pai, com a família, amigos, sem ter uma empresa, sem ter nada.

Triste é sua última declaração. Quando Malu Gaspar pergunta:

“E agora, qual o horizonte?”.

Ele diz: “Não há nenhum”.

Viver é Perigoso