Antes que me torne um eremita completo, ocuparei este espaço para falar e discutir um pouco, com simplicidade, sobre a vida, com suas alegrias e tristezas. Pode ser que acabe falando comigo mesmo. Neste caso, pelo menos prevalecerá a minha opinião.
Translate
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
MOMENTOS MÁGICOS
Paradoxalmente, um dos discursos mais inspirados da história da humanidade foi realizada por um comediante fazendo o papel do ditador mais odiado. O clássico discurso inspirador de Charlie Chaplin ao final do "O Grande Ditador
Mdig
VIDA DE CACHORRO
Outro dia eu estava em São Paulo e tinha uma reunião próximo
da Av.Paulista com a Al. Santos.
Desci do Metro e fui caminhando pela larga calçada. Era pouco
menos que 8.00 horas e tinha muita gente na rua. Todos parecendo estarem
atrasados para algum compromisso, caras de cheque especial estourado e muito
agasalhados, o que é normal em São Paulo pela manhã, pois nunca se sabe, em
termos climáticos, o que irá acontecer.
Um latido fraco, porém nervoso e cheio de coragem me chamou a
atenção e fez parar.
Um Senhor, com mais ou menos uns 50 anos, boa feição, magro,
maltrapilho, barbado e com cabelos desgrenhados, dormia deitado na calçada,
utilizando o degrau da porta, não utilizável de um banco, como travesseiro.
Ao seu lado, impedindo a aproximação de qualquer pessoa,
latia valentemente sem parar, o seu caõzinho amarelo, tão magro quanto o
dono.
As muitas pessoas que passavam, inclusive eu, diminuiam os
passos para observar a cena.
Veio á minha mente, de imediato, o instinto de lealdade
daqueles dois companheiros. O Senhor ali deitado, dormindo com uma expressão
tranquila, com a certeza de estar sendo guardado por um amigo fiel.
Possivelmente foi levado àquela situação por uma desilusão muito forte. Entregou
os pontos.
Sobrou-lhe o cachorrinho, com quem com certeza repartia as
migalhas que lhe eram dadas, restos de restaurantes, etc
O Cãozinho poderia ir embora a qualquer momento, com certeza
receberia mais cuidados em qualquer lugar. Até sozinho, possivelmente teria mais
conforto. Mas não.
Que esperança de dias melhores poderia passar pela cabeça dos
dois ? Talvez o que os trazia tão ligados um ao outro, fosse justamente a
ausência de esperanças.
As verdades são colocadas de modos diferentes a nossa frente,
diariamente. Basta observar a natureza. O que insistimos em não fazer.
Publicada no "viveréperigoso" em 28/10/2009
ER
Assinar:
Postagens (Atom)