A (in)justiça eleitoral, a democracia e... a matemática.
Acabei de receber o seguinte telegrama de meu generoso pai : ' Querido Jack, não compre nem um voto a mais que o necessário. Pobre mim se tiver de pagar por uma vitória esmagadora.' " ( John F. Kennedy ) " Eleições são injustas por natureza. Não importa o método usado pelo governo para conduzir uma votação, não há como promover uma disputa igualitária, pelo menos no sentido matemático. Essa é uma verdade inexorável : todas as eleições estão sujeitas a falhas e não há nada a fazer para consertá-las. Essa é a má notícia. Mas a péssima é que há vários políticos e juízes trabalhando para tornar nosso falho sistema eleitoral muito, mas muito mais injusto do que já é. A democracia, por sua própria natureza, é uma instituição fundada sobre uma operação matemática - a contagem dos votos. Essa operação, porém, é vulnerável às falácias matemáticas. Armados de falsos argumentos matemáticos e táticas fraudulentas, os políticos e seus aliados no Judiciário se empenham em distribuir as cartas do baralho eleitoral de modo a alçar seu partido ao poder e ali conservá-lo. E esse empenho está sendo recompensado. A democracia está ameaçada, sem forças para resistir aos ataques das falácias matemáticas. "
O texto acima está no livro - Os números (não) mentem - de Charles Seife, se referindo ao sistema eleitoral americano. E para não ficar para trás o Brasil tem alguns pontos em comum. Por exemplo : nas eleições brasileiras temos : quociente eleitoral ; voto proporcional ; cláusula de barreira etc. A grande maioria dos eleitores não sabe e nem está interessado em entender " a matemática " que está por trás de cada uma dessas " nomenclaturas ". São as " tais cartas do baralho eleitoral " distribuídas pelos políticos que ajudam tornar as disputas cada vez menos igualitárias e mais injustas. Não é o que eles dizem !!! Mas, como dizem os franceses " quanto mais as coisas mudam, mais são as mesmas ", então vai continuar assim mesmo. E vamos que vamos.
Um abraço.
Humberto
Blog: Caro amigo Humberto. Abraço.
Viver é Perigoso