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sábado, 26 de fevereiro de 2022

MORDAÇA

Livro, presente de amigo. Interessante o livro Mordaça - História de Música e Censura em Tempos Autoritários - João Pimentel e Zé McGill - Editora Sonora (335 páginas).

O livro reúne alguns dos casos mais emblemáticos sobre o incessante embate entre música e censura, arte e autoritarismo, no Brasil. Escrito a partir de depoimentos exclusivos de alguns dos nomes mais importantes da música brasileira, colhidos pelos autores entre 2018 e 2021, Mordaça é um registro amplo e contundente.

Recheado de personagens marcantes e casos surpreendentes, dramáticos, trágicos ou até engraçados, mas sempre narrados com uma linguagem leve, o livro demonstra como artistas foram perseguidos e silenciados e como fizeram para burlar os absurdos impostos pela censura.

O livro, como não poderia deixar, fala da temida famosa Dona Solange Hernandes, de forma correta, Solange Maria Chaves Teixeira Hernandes, que chefiou em Brasília a Divisão de Censura de Diversões Públicas - DCDP. Solange, que tomou o barco aos 75 anos, em 2013, em Ribeirão Preto, sempre evitou qualquer contato com jornalistas, historiadores e até ex-colegas de trabalho.

Foi localizada pelo Correio Braziliense em 2010. Não concedeu entrevista, dizendo apenas: "eu não sou feroz, eu não mordo".

Um relatório de atividades de 1981 guardado no Arquivo Nacional de Brasília sobre a DCDP e as superintendências regionais da PF mostra um pouco do perfil da censora. A divisão tinha na época 279 funcionários, sendo 87 lotados em Brasília e o restante espalhados pelos estados. Ao longo daquele ano, foram analisadas 56.877 letras musicais.

Ganhou até música, Solange, de Léo Jaime. uma versão esculhambada de So lonely(1) do grupo inglês The Police.

Blog: Tempos que podem voltar mais.

Viver é Perigoso

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