Translate

quinta-feira, 16 de maio de 2024

MERCADORES DO CAOS


"Mercadores do caos", é assim que o editorial do jornal "O Estado de São Paulo" de ontem (15) qualificou aqueles que difundem mentiras sobre as enchentes do Rio Grande do Sul.

Assim iniciou  o "Espaço Aberto" de hoje, no mesmo jornal, o jornalista Eugênio Bucci.

Seguiu (de forma reduzida):

"São usinas superindustriais que geram falácias aos borbotões e nunca aparecem publicamente - atuam no submundo, clandestinas. Mais que soturnas e esquivas, são usinas invisíveis. Mais do que abjetas, são eficazes. Abastecem caudalosamente as multidões de idiotas inúteis que trabalham de graça, noite e dia, para fazer escoar todas as sandices asfixiantes pela rede (anti) sociais.

Se as grandes organizações da mentira atuam nas sombras, os operários alienados e alienantes que trabalham para elas como escravos mostram sua cara sorridente. São os tios e tias do Zap, você os conhece. Quando interpelados pelo bom senso do vizinho de condomínio, protegem-se na desculpa de que apenas exercem sua "liberdade de expressão".

Estão errados. Em primeiro lugar, as agências camufladas de onde recebem a porcaria que distribuem não tem direito à liberdade de expressão, nem poderiam ter. A liberdade de expressão é um direito da pessoa humana, não de organizações criminosas.

A liberdade fake, a liberdade sádica, que no fundo é a negação de toda a liberdade, está levando o Brasil ao naufrágio.

Eugênio Bucci

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

A constatação continuada
Thaiane Moreira de Oliveira pesquisadora dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia da UFF Universidade Federal Fluminense mestre e doutora em comunicação diz sobre a tragédia no Rio Grande: “[Nesta tragédia] a desinformação diz respeito sobretudo a discussões políticas, acusações contra o governo federal, contra o governo estadual.
Principalmente, e aí eu acho que é um ponto extremamente preocupante, a questão da contestação da eficácia e da atuação das instituições. A gente tem visto o quanto as instituições, que têm sido muito atuantes, estão sendo descredibilizadas nesse processo”.
De acordo com a pesquisadora, "as redes sociais permitiram que qualquer pessoa se tornasse uma AUTORIDADE (grifo meu) em qualquer assunto e opiniões baseadas apenas no achismo passassem a ser valorizadas pelo público. Antes das redes sociais, a gente tinha alguns atores que eram legitimados para apresentar uma informação que fosse considerada de credibilidade. Eram jornalistas, comunicadores públicos, divulgadores científicos, agentes públicos. Com as mídias sociais e a reconfiguração da forma como nos comunicamos, hoje em dia, emitir uma opinião é motivo de autoridade. Qualquer um que tenha uma certa visibilidade nas redes sociais ganha uma certa autoridade, emitindo sua opinião apenas baseado nas suas experiências pessoais e no achismo”.
Para muitos o celular e as redes viraram órgãos de imprensa. Sem lei de imprensa, sem patrões, sem redatores e revisores, sem códigos de ética, sem manual da redação, o pior sem compromisso com a verdade e sem CNPJ. No final sem responsabilidade nenhuma. Assim não podem continuar.
Não é diferente aqui na terrinha, conheço um monte de tiozões e tiazonas do Zap que não querem saber de nada disso. Só o que dizem os que estão na sua bolha, aqueles que confirmam e contribuem para as muitas bobeadas que pensam, leem e replicam
Observador de Cena