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segunda-feira, 1 de abril de 2024

MARVIM GAYE


O dia 1º de abril é conhecido no mundo de língua inglesa como Dia da Mentira, equivalente ao nosso Dia da Mentira. É por isso que, quando surgiu a notícia, em 1º de abril de 1984, de que o cantor Marvin Gaye havia sido morto a tiros pelo próprio pai, muitos pensaram que era uma piada de mau gosto. 

“Cantor Marvin Gaye, assassinado pelo pai após uma tensa discussão”, titulava o EL PAÍS. A tragédia ocorreu às vésperas do que seria o 45º aniversário do músico americano (nascido em 2 de abril de 1939 em Washington). A história fatal do pop já estava bem povoada de mortes de grandes estrelas por suicídio, overdoses, acidentes de carro ou avião, mas para um artista morrer pelas mãos do próprio pai era impensável.

Um elemento que só aumenta a confusão é que o motivo era aparentemente banal, resultado de uma discussão entre o pai e a mãe de Gaye na casa que a família dividia em Los Angeles na época, a respeito dos papéis do seguro. 

O cantor, fora de si sob os efeitos da cocaína e do PCP, reagiu agredindo fisicamente o pai. Ele sacou o revólver que o filho lhe dera alguns meses antes, virou-se contra ele e atirou nele duas vezes. O primeiro deles, direto ao coração, foi letal. 

O veredicto do júri exonerou Marvin Gay Sr. por legítima defesa (o artista mudaria Gay para Gaye como seu nome artístico). Sua esposa, Alberta Cooper, pediu imediatamente o divórcio e o assassino morreu de pneumonia em uma casa de repouso em 1998, aos 84 anos. 

O carisma de Marvin Gaye, autor de uma obra repleta de humanismo e de algumas odes ao amor, do mais espiritual ao mais lúbrico, contrasta com uma vida atormentada, oprimida pela turbulenta relação com o homem que deu e tirou a vida. A crueldade e a violência doméstica foram muito comuns durante a infância e adolescência do músico.

Diz-se até que o jovem Marvin mudou seu sobrenome original (de Gay para Gaye) devido ao contínuo bullying a que as outras crianças o submeteram, gostando de ridicularizá-lo com todo tipo de insultos homofóbicos.
 
Mesmo em seus momentos de maior sucesso, o cantor raramente desfrutou de sua popularidade e se viu atormentado por múltiplas contradições. Foi um dos dois grandes defensores da justiça social, mas ao mesmo tempo exilou-se em Londres e na cidade belga de Ostende no início da década de 1980 devido aos seus problemas como tesouro americano. 

A dimensão trágica do acontecimento foi também reforçada pelo contraste entre o estado de vida errático em que Marvin se encontrava então e o seu magnífico momento criativo e comercial. 

Em 1982, lançou seu álbum Midnight Love, que, principalmente graças à música Sexual Healing, se tornou o de maior sucesso de sua carreira. Ele inclusive havia sido escolhido para cantar o hino dos Estados Unidos no intervalo do NBA All Star em 1983, diante de figuras como Magic Johnson, Kareem Abdul-Jabbar, Larry Bird e Julius Erving.

Midnight Love foi o último trabalho de uma carreira que foi interrompida cedo demais.

Há mais fatores biográficos que acabaram moldando a obra de Gaye. Quando seu irmão Frankie voltou do Vietnã e viu em primeira mão as atrocidades daquela guerra, sentiu a necessidade de gravar What’s Going On, com aquele ar pacifista e espiritual que suas músicas exalam.

El País

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Por falar em dia da mentira : o Lula não é ladrão.
Os esquerdistas são legais.
O bozzo vai preso.

Kkkkkkk o Brasil é o BRASILLLLLL