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sexta-feira, 25 de março de 2022

DISSONÂNCIA COGNITIVA


Pois bem, como é do conhecimento (quase) geral.

Dissonância cognitiva é um conceito que foi inicialmente desenvolvido pelo professor Leon Festinger em meados do século XX.  Em 1957 foi publicado pela primeira vez seu livro sobre o assunto, intitulado de “Dissonância cognitiva”.

O autor define a Dissonância Cognitiva como uma tensão entre o que uma pessoa pensa ou acredita, e aquilo que faz. Quando alguém produz uma ação que entra em desacordo com aquilo que pensou, gera-se esse desconforto entre os mecanismos psíquicos. Assim, tem-se o efeito de dissonância cognitiva.

O jornalista Pedro Doria escreveu:

"... A desinformação cumpre um ciclo para que se ponha em xeque democracias. Atinge primeiro aquelas pessoas com maior tendência a adotar teorias conspiratórias, que se agrupam como seitas nas redes. No segundo momento, veículos noticiosos percebem um público fiel potencial e começam a reverberar as informações falsas.

A ameaça à democracia se concretiza quando os políticos entram no jogo. Com os veículos preferidos de seus eleitores repetindo uma mesma versão dos fatos, parlamentares e candidatos se sentem obrigados a adotar as teses.

É inacreditável que, hoje, quem lê os principais sites da esquerda brasileira encontrará as mesmas teses sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia que estão nos sites da extrema direita americana.

Para repetir o discurso pró-Putin, a dissonância cognitiva necessária é imensa. É preciso deixar de lado tudo o que a esquerda latino-americana defendeu nos últimos 50 anos.

O presidente russo argumenta que o povo ucraniano não existe, que é uma invenção recente.

O fato que Kiev tem 600 anos mais que Moscou, claro, é detalhe. É o mesmo argumento que a direita israelense usa a respeito dos palestinos - são um povo que "não existe".

No Brasil, já perdemos para a realidade paralela um pedaço da direita. Se os políticos de esquerda embarcarem na onda de seus militantes e jornalistas, perderemos um naco da esquerda.

Quando a percepção da realidade é manipulável, democracias se dissolvem. "

Viver é Perigoso

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