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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O TEMPO PASSA


Um pouco difícil de acontecer, mas no sábado pela manhã fui dirigindo até o centro da cidade comprar alguma coisa, que certamente, não achei.
No início da Rua Nova, onde ficava a Loja Barateira, praticamente, parei o carro para um senhor de cabelos ralos e brancos atravessar. Meio distraído e caminhar inseguro. Pensei comigo: o tempo avançou célere na vida dele. Olhando mais atentamente o reconheci.
Fui adiante. No final da Rua Nova, quase em frente da Bicicletaria do Totó, dei vez para passar um carequinha míope e trajando roupas de alta qualidade do século passado. Todas dois números a mais, no mínimo.
Avançando lentamente, também o reconheci.
Logo ali, na esquina da Praça do Grupo Velho e a casa do Dr. Walter Cabral, diminui a velocidade para dar passagem para uma senhorinha. Óculos de grau, muito pó de arroz e uma blusa de lã, apesar do forte calor. A reconheci pela "característica" empinada no nariz e a pronta virada do rosto para o outro lado. Era a antiga miss. Parecia que antigamente era mais alta.
Parei o carro ao lado do Fórum, desliguei o CD do Ray Charles, relembrei os encontros no trânsito e admiti que todos foram meus amigos e conhecidos de juventude.
Olhei no retrovisor e murmurei: 
PQP ! estamos ferrados.  

Viver é Perigoso

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