Filho do cantor João Bosco e da artista plástica Angela Bosco e ensaísta com doutorado em literatura, Francisco já foi presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) entre 2015 e 2016. Autor dos livros, "A Vítima Tem Sempre Razão?", "O Diálogo Possível") e "Meia Palavra Basta".
Pergunta do jornal OESP ao João Bosco e a resposta que provocou a ira de muita gente da esquerda. (22/5)
Você se define como intelectual. Não acha que a maioria das pessoas pode ter um ranço dessa palavra e associar a um certo tipo de arrogância?
Eu me defino como intelectual público, diferente do intelectual acadêmico, que é aquele cuja produção costuma ficar circunscrita aos limites da universidade. O intelectual público é aquele que, tendo tido estudos formais ou não, tem uma ação discursiva que vai para além da universidade e adentra a cultura.
Você fez uma observação muito pertinente e que deve obrigar os intelectuais a repensarem o seu lugar na contemporaneidade.
No fundo, a universidade no Brasil está sob suspeita, por boas e más razões. As boas razões dizem respeito ao fato de que, durante as últimas décadas, a universidade brasileira concentrou excessivamente uma perspectiva ideológica e política de esquerda. Eu estudo, por exemplo, um autor de direita que fez uma verificação nos bancos do CNPq e mostrou que alguns dos autores conservadores mais importantes do mundo praticamente não são mencionados nas teses de ciências humanas do Brasil.
A pessoa que talvez primeiro tenha falado sobre isso, e nem sempre da melhor maneira, foi o Olavo de Carvalho. Embora me custe dizer essa frase, eu a digo frequentemente, sem problema algum: Olavo tinha razão nesse ponto.
Então, a palavra ‘intelectual’ hoje é vista sob suspeita de elitismo e concentração ideológica. Esse é o lado correto.
O lado incorreto é que, normalmente, os grupos políticos ‘intelectofóbicos’ não trabalham com argumentos e usam fake news. Então, a alternativa à elitização do debate intelectual não pode ser a ignorância e a má-fé. A alternativa tem que ser a pluralidade ideológica.
Conclusão do próprio OESP (27/5):
Nossas universidades concentram excessivamente uma perspectiva ideológica e política de esquerda e, mais do que isso, o ambiente acadêmico e intelectual tenta excluir grandes dissensos e reage violentamente a qualquer tentativa de ocupação de espaços por parte de pensadores conservadores. Às tribos da esquerda que gritaram agora, resta o alerta: se prosseguirem reagindo assim, obrigarão alguns a dizer que a esquerda é burra.
Viver é Perigoso
5 comentários:
E Você Meu amigo Zelador, ainda tem alguma duvida disso?
E Você Zelador, tem alguma duvida disso?
Wartão,
Nenhuma dúvida.
Abraço
Zelador
Parabéns ao Viver é perigoso em abrir espaço para essa visão realista e divergente do que vem sendo pregado por aqui. A esquerda burra e acadêmica esta acabando com nossas escolas, em todos os níveis.
Excelente texto.
A esquerda é burra.
E se fi ni.
O duro é ver gente q parece inteligente não enxergar.
Mas sabe o q ?
Q se f....
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