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quinta-feira, 4 de abril de 2024

OBSERVADOR DE CENA



Simplicidade/Rudeza dos comentaristasOutro dia o zelador escreveu:

“Impossível não reparar nos comentários feitos no Viver é Perigoso, feitos por jairzistas, que fique claro, também têm o espaço, mesmo anônimo, garantido no Blog. São de uma simplicidade que beira a rudeza. Que interessante seria recebermos comentários, mais profundos, com argumentos possíveis de serem discutidos. Como diz o Zé Ferino, deve ter vida inteligente lá.”

Com a devida permissão do moderador e crendo que “há vida inteligente lá”, vamos mais uma vez colocar um ponto para discussão. Lógico que esperamos respostas com argumentos e profundeza fundamentados.

Listados abaixo os países, todos com ditaduras, que impedem a alternância de poder manipulando eleições, leis, acordos e até prendendo e matando candidatos adversários. Da direita e da esquerda. Senão vejamos:

Eleição (?) Livre na Rússia do Putin, alguém acredita?
Eleição (?) livre na Hungria do Órban, alguém acredita?
Eleição (?) livre em Belarus do Lukashenko alguém acredita?
Eleição (?) livre na Coreia do Norte do Kim alguém acredita?
Eleição (?) livre em Cuba dos Castro e Díaz-Canel, alguém acredita?
Eleição (?) livre na Venezuela do Maduro, alguém acredita?
Eleição (?) livre na Nicarágua do Ortega alguém acredita?

Para não ir muito longe e relembrando: eleições de 2022 no Brasil. Quatro anos de ataques ao sistema eleitoral e urnas eletrônicas, inúmeras suspeitas lançadas. Algo provado? Nadica de nada!

Aí eleições livres e auditadas foram realizadas apesar de tudo. Resultado divulgado.

Alternância política de poder mesmo com margem estreita para o Executivo e sendo eleito um Congresso nitidamente conservador.

E aí cidadãos da direita acamparam na frente dos quarteis e exigiam ruptura. Diziam não a posse do Presidente eleito. Pediam intervenção militar e quetais.

Sabemos hoje que o assunto também discutido dentro do governo (?) de então. As forças militares estranhamente permitiram a presença dos populares jairsistas nos arredores das bases, mas em sua grande maioria não aceitaram agir.

Aí veio o 8 de janeiro. Sabemos no que deu.

A pergunta que não quer calar é: esses manifestantes e seus apoiadores queriam o Brasil na lista de países citados acima? Aqueles que não aceitam o resultado eleitoral? O Brasil junto com Nicarágua, Venezuela, Cuba e a Rússia do Putin? Governos que manipulam eleições e não aceitam resultados contrários ao poder de plantão?

Está posto o assunto. Vamos debater seriamente? Lógico que argumentos como faça um “L”, “vamos todos comer mortadela”, “não discuta com esquerdeopatas” não serão, obviamente, levados em consideração.

Observador de Cena

Viver é Perigoso

2 comentários:

Anônimo disse...

"À direita da extrema direita
Salazar, Mussolini, Hitler, Trump, Bolsonaro -todos tinham um homem para pensar por eles
por Ruy Castro na FSP
Em 1932, um jornalista português, António Ferro, 37 anos, conseguiu o que era dado como impossível: entrevistar o quase inatingível António de Oliveira Salazar, todo-poderoso de um governo que se definia como ditadura. Ferro teve com Salazar longas conversas, reunidas num livro de 300 páginas com o pensamento do ditador de Portugal.
Como foram essas conversas? A bordo de carros em movimento, à mesa de jantar, em torno de "fumegantes caldos verdes" e em passeios a pé por estradas, às vezes "à beira do anoitecer" ou sob "uma chuva miudinha e enervante". As perguntas de Ferro eram curtas, como sói, mas as respostas de Salazar eram caudalosas e demoradas, de páginas e páginas.
Como veterano entrevistador, tiro o chapéu para António Ferro. Em 1932, não havia gravadores, os alemães só lançariam o magnetofone em 1935. Ferro teve de anotar tudo a lápis ou caneta, nas terríveis condições descritas, e Salazar não as deve ter ditado com vagar. E eu queria ver Ferro taquigrafar no escuro, debaixo de chuva.
Donde só há uma explicação: todas as palavras atribuídas a Salazar são de Ferro. Por que Salazar se submeteria a tal? Porque confiava nele. Ferro era culto, ladino, muito inteligente —aliás, amigo dos modernistas brasileiros e colaborador da revista Klaxon. E os dois tinham muito em comum: desprezo pelo povo português, aversão ao Judiciário, ódio à democracia e admiração por Mussolini e Hitler.
A extrema direita costuma ser creditada a certos governantes. Mas eles talvez fossem apenas os executores da estratégia de um pensador maléfico, à direita da extrema direita. Ferro pode ter sido para Salazar o que Marinetti, criador do futurismo, foi para Mussolini; Oswald Spengler, para Hitler; Steve Bannon, para Donald Trump; e Olavo de Carvalho, para Bolsonaro. O que nos salva é quando esses governantes se empolgam e resolvem pensar por conta própria."

Grande Ruy. Pois é, acontecido aqui. A hora que o Bolsonaro começou a ter ideias próprias, derrocou.
Com todo o seu sarcasmo o Olavo de Carvalho passou a chamar a ascensão da direita no Brasil com Bolsonaro e Cia. de ejaculação precoce.

Anônimo disse...

Tá perdendo seu tempo observador.
Menos...
Aqui não tem espaço.
Siga em frente