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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

FOTOGRAFIA DO MOMENTO



Estivesse aqui entre nós, Sérgio Marcus Rangel Porto, simplesmente Sérgio Porto, ou melhor, Stanislaw Ponte Preta, estaria completando hoje, 100 anos de idade.

Carioca de 11 de janeiro de 1923, Sérgio foi cronista, escritor, radialista, comentarista, teatrólogo, jornalista, humorista, compositor e ex-funcionário do Banco do Brasil.

Era boêmio, de um admirável senso de humor e apesar de sua aparência de homem sisudo, escondia um intelectual peculiar capaz de fazer piadas corrosivas contra a ditadura militar e o social vigente, que fazem parte do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, uma de suas maiores criações.

Lalau, como era chamado, noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morrera havia séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.

De 1954 a 1968, criou "As certinhas do Lalau ". Foram selecionadas mais de cem mulheres, entre elas, Betty Faria, Íris Bruzzi, Virginia Lane e Norma Bengell.

Tomou o barco no dia 30 de setembro de 1968, com apenas 45 anos. O senso de humor prevaleceu até o último instante de vida. Momentos antes de falecer disse à empregada: Tunica:

- Estou apagando. Vira o rosto prá lá que não quero ver mulher chorando perto de mim.

Segue sendo atual a sua música "Samba do Criolo Doido"

A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento,
E só fez samba sobre a história do brasil.
E tome de incofidência, abolição, proclamação, chica da silva, e o coitado
Do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola.
Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura.
Aí o crioulo endoidou de vez, e saiu este samba:

Foi em diamantina onde nasceu j.k.
E a princesa leopoldina lá resolveu se casar
Mas chica da silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar

Joaquim José, que também é da silva xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu pedro segundo
Das estradas de minas, seguiu p'rá são paulo
E falou com anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a dom pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A leopoldina virou trem
E dom pedro é uma estação também
Oô, oô, oô, o trem té atrasado ou já passou

Viver é Perigoso

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