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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

QUASE INACREDITÁVEL !



Torna-se útil insistir e mostrar os fatos, para que a história não se repita.

Em 1998, o historiador Sydney Aguilar ensinava sobre nazismo alemão para uma turma de ensino médio quando uma aluna mencionou que havia centenas de tijolos na fazenda de sua família estampados com a suástica, o símbolo nazista.

Esta informação despertou a curiosidade de Sidney e desencadeou sua pesquisa. A história dos meninos foi contada no documentário "Menino 23 -  Infâncias perdidas no Brasil", lançado em 2016, que retrata a pesquisa de Aguilar Filho.

Sydney Aguilar descobriu como 50 meninos órfãos do Rio de Janeiro foram escravizados por dez anos a ponto de terem sido privados até mesmo de seu nome, eles só ganhavam números. Após acordo com um orfanato no Rio de Janeiro, os proprietários da fazenda conseguiram a tutela dos meninos negros, entre 8 e 10 anos.

"Estes meninos não foram adotados. Eles tinham a tutela. A família oferecia casa, escola, comida e trabalho, mas só ofertaram escola até a quarta serie, até os 10 anos. Entre os 10 e os 18 anos, estes meninos só trabalharam."

Localizada em Itaí, no interior de São Paulo, a Fazenda Cruzeiro do Sul foi adquirida na década de 1920, por uma família de simpatizantes do integralismo, movimento com origens no fascismo europeu, o integralismo foi uma vertente política de extrema-direita que ganhou espaço no Brasil na década de 1930. Seus integrantes demonstravam alinhamento a ideias do nazismo alemão.

A fazenda ficou conhecida por abrigar símbolos nazistas em tijolos e documentos que remontam às décadas de 1930 e 1940.

Este anos, o governo do Estado de São Paulo promoveu o tombamento, como Patrimônio Histórico e Cultural, da Fazenda Cruzeiro do Sul, em Itaí, e do Conjunto da Estação Ferroviária Engenheiro Hermillo, em Campina do Monte Alegre, considerando que o tombamento busca preservar a história dos locais e constitui uma "reparação simbólica do estado acerca da exploração de mão de obra de pessoas negras no século XX".

Viver é Perigoso





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