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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

SEI NÃO...


Conversa rápida hoje com o Sr. Zé Ferino, na Boa Vista é claro, depois de sua visita anual ao cemitério municipal:

- Camarada, estranho, acho que mudaram a cor do luto, de preto para amarelo. Muita gente de amarelo, com ar triste. Seguem abatidas circulando pelas proximidades do campo santo.

- Natural Sr. Zé Ferino, estão tristes pelo resultado da eleição. Já passa.

- Sei não. Murmuram coisas desconexas, como "intervenção já" e citam sem parar o número 142.

- Sr. Zé Ferino, depois do sétimo dia, que será no passado, tudo voltará ao normal.

- Que nada. Amanhã acontece a primeira reunião do grupo de transição. Conheço bem os petistas. Lá estarão, entre outros, o Gleisi e o Mercadante. Claro que acharão números estranhos e claro que botarão as bocas no trombone.

- Sei não... talvez fosse mais prudente, caso constatem irregularidades, que deixem para divulgar depois da posse do Lula. Pode acontecer contestações e dificultar as coisas.

- Camarada, desconfio que ainda teremos saudades desses dias tumultuados.

Viver é Perigoso

6 comentários:

Anônimo disse...

Receita pra lavar a alma
Lava-se a alma quando se ganha, mas não basta ganhar pra lavar a alma
Taí uma das expressões mais bonitas da nossa língua: lavar a alma. E mais difíceis de traduzir também. Sobretudo pra mim, que não falo bem língua nenhuma. Mas uma amiga, tradutora e poliglota, me confirmou. Não se lava a alma noutras línguas, que ela saiba. Quer dizer, não do mesmo jeito. Pode-se ganhar "by a landslide" —ou de lavada. Mas ganhar lavando a alma não tem nada a ver com ganhar de lavada. A lavada não lava a alma —necessariamente. Ao contrário: é a vitória suada que costuma lavar melhor a alma.
Lava-se a alma quando se ganha, mas não basta ganhar pra lavar a alma. Ganhar de bandeja não lava a alma de ninguém. Uma vitória esperada não faz cosquinha na alma. Pior: uma alma com o hábito da vitória pode continuar cheirando a mofo, coitada.
A vitória injusta tampouco lava a alma. Dá um banho de água suja. Quando se ganha perdendo, a alma fica ainda mais fedida. Ganhar de um amigo querido, ou de um adversário honesto, tampouco serve pra lavar a alma.
A vitória precisa ter gosto de justiça. A alma precisa merecer o banho. Por isso a injustiça costuma anteceder a lavagem. E a dúvida, também: será que algum dia lavarei minh’alma?
Pra dar um bom banho n’alma, é preciso ter perdido batalhas. Mas não apenas uma vez só. É preciso ter perdido por meses, anos, décadas, quem sabe uma vida toda. É preciso ter esquecido o gosto da vitória. E enfrentado muita sujeira pelo caminho.
A alma precisa ter passado por algum deserto pra merecer o bom banho. E não só: a alma precisa ter botado o corpo pra jogo e amargado o sabor da derrota injusta. Quem lava as mãos não sabe o que é lavar a alma. Os cínicos tomam menos banho n’alma que os franceses no corpo. Os franceses, no entanto, lavaram a alma em 1789. Os haitianos lavaram a alma em 1791. Os russos lavaram a alma em 1917, os portugueses lavaram a alma em 1974, os sul-africanos lavaram a alma em 1994.
Já nós, brasileiros, quantas vezes não tentamos. Da Inconfidência às Diretas Já, nossa história foi uma longa sucessão de banhos n’alma interrompidos por falta d’água. Lavamos a alma nas copas, e faz tanto tempo.
Chegou o grande dia. A vitória eleitoral da sociedade civil contra um projeto de autocracia miliciana e fundamentalista não tem outro nome: lavamos a alma. Esse banho vai ser demorado. Muita sujeira ainda precisa escorrer pelo ralo. Mas que delícia é sentir a alma de um povo lavada inteira.
Gregório Duvivier

Anônimo disse...

Tá lavada não meu caro, a água tá meio suja , amarga, o tempo não tá bão, vamos aguardar, um dia a gente lava bem.
Ou lava a jato.

Anônimo disse...

Lava a jato...
O mesmo que disse que só tinha bandido no governo do Bozzo e que todo o esforço do palhaço sem graça era para proteger os filhotes corruptos, inclusive trocando diretores da PF...
E na reta final, por puro fisiologismo, voltou lambendo as botas do capitão tchutchuca...

Anônimo disse...

Menos cara, o sistema é bruto.

Anônimo disse...

Mas não era a o super juiz, o incorruptível???
Quá, quá, .....

Anônimo disse...

Tem um juiz mor.
Quà que quer...e qué