As inseguras de cada passo: quase todo o resto.
As prontas para ajudar desde que não demore muito: até quarenta e nove
As sempre boas porque não podem ser de outra maneira: quatro ou talvez cinco
As capazes de ser felizes: no máximo vinte e tantas
As inofensivas quando estão sozinhas, mas selvagens em grupo: mais da metade com certeza.
As cruéis quando as circunstâncias obrigam: isto é melhor não saber nem aproximadamente.
Dispostas a admirar sem inveja: dezoito
Constantemente receosa de algo ou alguém: setenta e sete.
Aptas para a felicidade: vinte e tal, quando muito.
Não levando nada da vida a não ser coisas: quarenta, embora prefira estar enganada.
Agachados, doloridos e sem lanterna no escuro: oitenta e três, mais tarde ou mais cedo.
Dignas de compaixão: noventa e nove.
As mortais: cem por cento (percentual que por enquanto não sofreu qualquer alteração).
Wislawa Szymborska (polonesa, prêmio Nobel de Literatura - 1996
Viver é Perigoso
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