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sexta-feira, 11 de março de 2022

CIDADE LUZ

Foto Saulo Caridade

11 de março de 1888 - Já lá vão 134 anos.

Foi nos ensinado, em priscas eras, no Grupo Escolar Rafael Magalhães, na Boa Vista, é claro.

Em reunião popular no Paço Municipal, declarava-se extinta a escravidão em Itajubá, dois meses antes da Lei Áurea.  O fato levou José do Patrocínio a qualificar Itajubá de "Cidade Luz", pois foi a primeira localidade mineira a libertar todos os seus cativos.

Sobre o assunto, muito bom e esclarecedor, o escrito pelo amigo jornalista Marco Antonio Gonçalves (O Sul de Minas) e publicado em 18/11/2019.

" Na verdade, em 1888, a pressão para a abolição já era muito grande no Brasil, inclusive internacional, e movimentos abolicionistas e republicanos ganhavam muita força. No começo daquele ano a abolição era apenas uma questão de tempo.

O livro do Memorial da Câmara de Itajubá, que trata do período de formação do município até a proclamação da república conta muito bem essa história.

Segundo o livro, houve uma reunião convocada por Francisco Braz Pereira Gomes com os fazendeiros da freguesia de Itajubá no dia 11 de março de 1888 e outra convocada pelo Capitão Antônio José Rennó, onde participaram os senhores da freguesia de Santa Rita do Sapucaí.

Os dois grupos concordaram e tomaram a seguinte decisão. “Considerando os interesses humanitários, sociais e agrícolas, fica estabelecido que com o ônus da prestação de serviços aos signatários desta, até o dia 25 de dezembro ficam libertos todos os escravos, se antes por lei não gozarem deste benefício, com a condição de prestação de serviços até o dia 25 de dezembro”.

Para os escravos de Itajubá, até o dia 7 de setembro não seriam pagos salários. Os salários seriam pagos de setembro até o dia de natal. Depois, ficariam, de fato, libertos.

Os de Santa Rita do Sapucaí, ficariam libertos desde o dia 7 de setembro e não 25 de dezembro, como os de Itajubá.

De acordo com o livro da Câmara, “Pela forma como a questão é apresentada pela imprensa local, verifica-se que os reais propósitos dos fazendeiros não eram abolicionistas, mas sim a defesa de sua propriedade e a antecipação de uma possível reação dos seus escravos, face aos acontecimentos que vinham ocorrendo nas províncias vizinhas”.

Ou seja, a abolição já se avizinhava, como eles mesmos deixaram transparece na decisão. A libertação dos escravos dois meses antes da Lei Áurea não ocorreu, de fato. Eles continuaram cativos e foram definitivamente libertos pela mão da Princesa Isabel e não dos seus senhores. "

Blog: Bom lembrar que em Itajubá (Anhumas) existiu um dos maiores quilombos da região. O Quilombo da Berta.

Por oportuno, por onde anda o Marco Antonio ? Dê notícias.

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Enfim uma luz.
Está para ser votado um na câmara e outro no senado projetos que criam o SNE - Sistema Nacional de Educação. Chamado de SUS da educação. Parecido tem um sistema de gestão tripartite na saúde - união, estados, municípios.
Acho que o grande mérito entre muitos é a colaboração entre os entes. Decisões como pedagogia, treinamento e financiamento são decididas por comissões.
Outro ponto é articular entre municípios e estados experiências de ensino e de gestão de sucesso com os menos capacitados.
Talvez seja uma primeira alavanca para nos tirar dos 2 anos perdidos na pandemia. Esperemos que o governo não politize a questão. Como fez na pandemia com o SUS. Oremos
Mercado-Lógico