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terça-feira, 29 de maio de 2018

DESOBEDIÊNCIA CIVIL

"...Deve o cidadão desistir da sua consciência, mesmo por um único instante ou em última instância, e se dobrar ao legislador? Por que então estará cada homem dotado de uma consciência? Na minha opinião devemos ser em primeiro lugar homens, e só então súditos. Não é desejável cultivar o respeito às leis no mesmo nível do respeito aos direitos. A única obrigação que tenho direito de assumir é fazer a qual­quer momento aquilo que julgo certo. Costuma-se dizer, e com toda a razão, que uma corporação não tem consciência; mas uma corporação de homens conscienciosos é uma corporação com consciência. A lei nunca fez os homens sequer um pouco mais justos; e o respeito reverente pela lei tem levado até mesmo os bem-intencionados a agir quotidianamente como mensageiros da injustiça..." - Thoreau

Pois bem, todo mundo já ouviu falar de Henry Thoreau, formador de opiniões, americano, nascido em Massachusetts, em 1817.
Influenciou, através da sua filosofia da desobediência civil, o pensamento político e ações de grandes personalidades, como Tolstoi, Gandhi, Martin Luther King, Proust, Hemingway, Shaw e Yets.
Um anarquista individualista.
Thoreau decidiu não pagar impostos porque achava errado dar dinheiro aos EUA, um país escravagista e em guerra com o México. Thoreau foi preso e solto no dia seguinte. Sua tia pagou a fiança.
Após a noite na cadeia, Thoreau escreveu um texto incontido e ferino, que se tornou a bíblia dos libertários: "A Desobediência Civil"
A "Desobediência Civil", nas mãos de Gandhi, serviu para derrubar um império e inspirou Martin Luther.

Guardando as devidas e normais proporções, influenciou muitos jovens brasileiros nos anos 60 e entre eles, um estudante de Passa Quatro. No início dos anos 60, o estudante e ativista Aldo G. por sua vez, emprestou a um rapaz da Boa Vista, é claro, um desgastado exemplar do pequenino e potente livro. Insistiu na sua leitura e posterior discussão. Daí surgiu outro influenciado, também, um anarquista.

"Mais que amor, dinheiro e fama, dai-me a verdade. Sentei-me a uma mesa em que a comida era fina, os vinhos abundantes e o serviço impecável, mas faltavam sinceridade e verdade e fui-me embora do recinto inóspito, sentindo fome. A hospitalidade era fria como os sorvetes." - Thoreau

Viver é Perigoso

2 comentários:

Roberto Lamoglia disse...


Caro Edson, o grande expoente do Anarquismo foi, em minha opinião, MIKHAIL BAKUNIN,
teórico politico russo e nascido dois anos antes de Thoreau . Estaria completando 204
anos exatamente amanhã, 30 de maio. Nasceu em 1814 e faleceu em 1876. Era considerado
Agitador, Internacionalista, Libertário e Antiautoritário. Influenciado pelo pensamento
de Hegel e também por Karl Marx, Pierre Joseph Proudhon dentre outros. Autor de frases
famosas, dentre elas a seguinte.. " EU REVERTO A FRASE DE VOLLTAIRE E DIGO ISTO...
SE DEUS REALMENTE EXISTISSE SERIA NECESSÁRIO ABOLI-LO ".
Como podemos ver, o homem não erra nada fácil. Um abraço, Roberto.

Edson Riera disse...

Caro Roberto.
Uma alegria ler um comentário seu.

Realmente o Mikhail Bakunin foi um senhor anarquista e participou diretamente dos grandes a apaixonante debates do século 19. Era declaradamente ateu.
Foi um anarquista, digamos assim, coletivo.
Desde rapaz, na Boa Vista, é claro, voltei mais para a o Henry David Thoreau, que acreditava e tinha temor de Deus. E mais, tinha como tutor o Ralph Waldo Emerson, a quem sempre admirei desde que conheci seus escritos. Thoreau foi um anarquista individual.
Sobre Thoreau, quando sua tia Louisa perguntou a ele em suas últimas semanas se ele havia feito as pazes com Deus, Thoreau respondeu: "Eu não sabia que já havíamos brigado".
Foi uma época riquíssima de ideias.

Ralph Waldo Emerson 1803/1882
Mikhail Bakunin 1814/1876
Henry David Thoreau 1817/1862

Um grande abraço

Edson