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quarta-feira, 27 de abril de 2016

LIVRO, PRESENTE DE AMIGO


Sobre o processo de impeachment da Presidente Dilma, todos sabem que a denúncia por crime de responsabilidade oferecida pelo procurador de justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal. Quase todos sabem que o Doutor Hélio Bicudo foi um petista de primeira hora. Homem das leis, respeitado, de família, muito religioso e sempre ligado aos movimentos sociais. Li em 2006 o livro  "Minhas Memórias - Hélio Bicudo", Editora Martins Fontes. Reli agora, quando o nome do Dr. Hélio Bicudo circula na mídia.
Bom de se ler. Registra os principais momentos do país no período. Ele nasceu em Mogi das Cruzes em 1922. E continua firme. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, em 1947.
Atentando sobre o assunto do momento: Corrupção.
Ele foi Secretário de Assuntos Jurídicos da Administração Luiza Erundina, na Prefeitura de São Paulo. Lá aconteceu o caso "Lubeca", que os mais antigos lembram muito bem. O Vice-Prefeito, também petista, Luiz Eduardo Greenhalgh, que também atuava como Secretário sem pasta, participou de negociação "não ortodoxa" para desapropriação de uma área destinada a construção de um centro empresarial. A empresa Lubeca era responsável pelo empreendimento. As graves denuncias foram arquivadas por falta de provas conclusivas. A suposta propina serviria para financiar a campanha presidencial de Lula.
Outro caso complicado: Dr. Bicudo coordenou uma comissão do PT, composta pelo Dr. José Eduardo Cardoso (ele mesmo) e o economista Paul Singer, encarregada de fazer uma sindicância sobre denúncias feitas pelo economista (petista) Paulo de Tarso Venceslau a respeito de uma empresa chamada CPEM - Consultoria para Empresas e Municípios, ligada ao advogado Roberto Teixeira (ele mesmo), compadre de Lula. A empresa procurava as prefeituras administradas pelo PT e propunha a ajudar as administração a melhorar a arrecadação do ICMS. Teria direito a um alto percentual sobre os valores alcançados. Valores que chegavam aos milhões de dólares. Na sindicância ficou claro que Roberto Teixeira usava o nome de Lula para obter contratos com as prefeituras. Posteriormente, a ex-prefeita Luiza Erundina confirmou ao Dr. Bicudo, ter recebido vários telefonemas de Lula insistindo para que a CPEM fosse contratada. Ela resistiu e não a contratatou.
Como a investigação levaria, inevitavelmente, ao Lula, o Diretório Nacional do Partido atropelou o processo por orientação de Lula. O único punido foi o denunciante, Paulo de Tarso Venceslau, expulso do Partido.
No livro, Dr. Bicudo lamenta o desfecho do caso e reconhece ter sido um erro não ter aprofundado as negociações.
É a vida...

Viver é Perigoso 

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