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sexta-feira, 11 de março de 2016

GRANDE HOMEM



Virgílio Machado 71 anos. Parece brincadeira.
Como, um atleta que, duas vezes por semana, corre lépido pelo Campo de Futebol do Vasquinho, na Boa  Vista, é claro, pode ter essa idade ?
Pior, ainda carrega um sobrepeso extra. Explico: atua com a camisa de número 11, ou seja, suporta nos ombros dois numerais. Poderia jogar utilizando entre os números 1 e 9.
Conhecido nos seus áureos tempos (ainda mais áureos do que os de hoje), como o Robert Mitchum da Boa Vista, ficou famoso por viver paixões avassaladoras que vinham sempre acompanhadas de extraordinárias trilhas sonoras e cachoeiras de cuba-libre.
Paixões "sui-generis", uma vez que as beldades protagonistas dificilmente tinham conhecimento do platônico amor.
Nas noites do Bar da Dona Fanny, bebericando mais um "London Dry Gim", sempre acompanhado de um bolinho de carne conhecido como Tilock, cigarro Capri (com filtro) no canto dos lábios, a impressionante figura costuma murmurar:
- O fatal, o derradeiro e o que importa é que eu a amo. Se ela não sabe e não tem conhecimento da minha existência é mero detalhe.
No que concordava o seu inseparável amigo e também apaixonado, não por mulheres deslumbrantes, mais por causas. Afinal, Antonio Meni era de Passa Quatro, terra do Orlandão do Tocantins e do menos votado José Dirceu.
Acabaram, os dois, tirando sorte grande na vida. A Ester e a Angela não deixam mentir.
Virgílio, o amigo mais burramente leal conhecido na face da terra. 
Como já foi escrito: "Em se tratando de amigos não se tenta separar a briga. Já chega -se dando vuadera."
Um sujeito que nasceu em plena Segunda Guerra Mundial, curtiu as big-bands americanas, viu o início do rock, conheceu o Cocão Charreteiro, o Milton Lobisomem, o Tião Javali, o Procópio Sapateiro, a paixão do Frank Sinatra pela Ava Garner e claro, Audrey Hepburn, a Bonequinha de Luxo.
Viveu a história e vive a vida.
Abraço, querido Véio, patrimônio inalienável da Boa Vista, é claro.

Viver é Perigoso   

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