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quinta-feira, 31 de março de 2016

DE QUALQUER JEITO É TRISTE


Era costume, em algumas noites da semana, tios, tias e primos se juntarem na casa do Vô Jayme Riera e da Vó Terça, na Boa Vista, é claro, para jogar víspora. A rodada valia alguns centavos, premiando, terno e a quina. Cartões triplos dobráveis de papelão e marcação dos números sorteados, usando grãos de milho.
Pedras de madeira com números em alto relêvo, o que facilitava a vida do cantador. O cantador oficial era o querido Tio Luís, também proprietário e fundador do famoso Bar Caçador, que marcou época na cidade.
Não era para amadores. O tio Luis nunca cantava o número e sim o seu apelido. Como não repetia, era comum a criançada "passar bolão", isto é (para os leigos), engolir e não marcar o número cantado.
Jamais esqueci o número 69. Segundo ele, "de qualquer jeito é triste".
Retrata bem o momento vivido pelo nosso país.
Se a Dilma não sai é triste. Se a Dilma fica é triste.
Se ela fica, não governa. Desemprego, pibinho, inflação e ausência de esperança. 
Se sai, entra o Temer, com Renan, Cunha, Barbalho, Sarney et caterva.
Estaria na hora do meu tio cantar "ali-babá". Era o número 40.
Pensando bem, seria melhor cantar logo a "última do saco". Claro que era o 90.

Viver é Perigoso 

2 comentários:

Anônimo disse...

pra você só fica tudo perfeito ,tudo as mil maravilha se o seu psdb entrar. Para bastiãzinho idem, se pmdb entrar (e´amigo pessoal de temer). Para o prof gama o pt ficando é o que interessa. Para o povão, tanto fez como tanto faz.

Edson Riera disse...

Anônimo das 13:06 horas,

Queremos competência e honestidade. Na politica de hoje não vou achar.

Zelador