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domingo, 5 de junho de 2011

QUESTÃO DE TEMPO

Conclusão de artigo escrito pelo Leonardo Attuch, do 247, sobre o Palocci; 

...Em 1º de janeiro de 2011, fui a Brasília assistir às posses da presidente Dilma e de alguns ministros. Fui à de Palocci, na Casa Civil, e fiquei surpreso ao ver que o PIB brasileiro transbordava daquela sala do Palácio do Planalto – a posse palocciana contou com mais empresários do que a de Dilma. E ele fez um discurso extremamente cauteloso, colocando-se sempre como “subordinado” à chefe Dilma. Jamais como primeiro-ministro, eminência parda ou coisa que o valha. Naquela multidão, fui cumprimentá-lo e fiquei surpreso, mais uma vez, quando ele me disse: “Obrigado pelo que você fez por mim”.
Confesso que não esperava nenhum tipo de agradecimento. Nas minhas conversas com fontes e amigos petistas, sempre ouvia a mesma reclamação relacionada ao ministro. “Palocci não tem reciprocidade”, diziam-me. “Pensa nele, não no partido”. Hoje, diante da revelação de que “faturou” R$ 10 milhões entre a vitória no segundo turno e a posse de Dilma, essas mesmas fontes dizem que foi, sim, apropriação indébita de recursos de campanha – e o detalhe é que o PT está oficialmente endividado. Por isso mesmo, dizem que Palocci está mais para Silvinho “Land Rover” Pereira, banido para sempre, do que para Delúbio Soares, recentemente reabilitado.
Palocci hoje está só. Ele serviu às elites imaginando que se tornaria sócio do clube. Mas os meios de comunicação, pragmáticos, já lavaram as mãos e o abandonaram. Os empresários, idem (e é muito pouco provável que a Projeto tenha clientes depois desta crise). Por fim, o PT o vê majoritariamente como um traidor. Sobraria Ribeirão Preto. Mas Ribeirão está para Palocci assim como o Maranhão está para José Sarney. Lá, ele não se elege.
Restaram-lhe apenas os seus milhões.
Que serão seus até o dia em que um procurador de coragem resolver investigar a fundo a sua evolução patrimonial.

Leonardo Attuch - 247




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