Translate

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

O QUE ACONTECEU



Os julgamentos que estão acontecendo no STF pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, nos obrigam a pensar.

No caso do Aécio Lúcio Costa Pereira:

Aécio, de 51 anos, é casado e tem dois filhos, um de 17 anos e outro de 8 anos. Segundo sua esposa, Lucineia (18 anos de casados), ele é um pai maravilhoso, muito divertido e engraçado, um ótimo filho e irmão e um excelente marido. Sempre amoroso, um coração enorme. Não é violento. É um homem de Deus, uma pessoa honesta.

Aécio Pereira foi condenado a 17 anos de prisão e a 100 dias-multa (cada um no valor de 1/3 do salário mínimo) pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça com substância inflamável contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Um dos líderes de um ônibus saído de São Paulo, Aécio se concentrou em Brasília no acampamento de golpistas em frente ao quartel-general do Exército e de lá marchou para invadir o Congresso. Em vídeos publicados em redes sociais, apareceu estimulando ruptura institucional. 

Era técnico em sistemas de saneamento no setor de operação de esgotos do polo de manutenção da Sabesp em Diadema, na Grande São Paulo. Estava na companhia há 29 anos, onde entrou por concurso. Segundo a Sabesp, não há registro de processos disciplinares contra ele. Foi demitido por justa causa em 11 de janeiro, três dias após os ataques.

Dizem os colegas de trabalho na Sabesp, que Aécio era um funcionário exemplar e querido no ambiente profissional. Sempre se mostrou um sujeito de direita, mas a conversão cega ao bolsonarismo nos últimos quatro anos, sobretudo na eleição de 2022 e no período pós-eleitoral, surpreendeu e assustou os companheiros de escritório. 

Aécio apresentou aos companheiros de trabalho, Olavo de Carvalho (guru do bolsonarismo). Tentava convencer os colegas que a Terra era plana. Dizia que Hillary Clinton era um holograma. Acreditava na tese dos reptilianos [alienígenas que se apossam de humanos e assumem suas formas].

Quando Bolsonaro perdeu a eleição e seus partidários se concentraram por semanas em frente ao quartel-sede do Comando Militar do Sudeste, no Ibirapuera, Aécio passou a frequentar o local com amigos e familiares de forma frequente e obsessiva. Varava madrugadas no acampamento e estava abatido.

Entre os funcionários que trabalhavam com Aécio ouvidos pela Folha, é unânime o juízo de que o STF exagerou na pena do colega. Avaliam seus companheiros: "Um mergulho profundo num mundo conspiratório o levou à atual desgraça. Ele foi pego como bode expiatório" .

(extraído da FSP)

Viver é Perigoso

4 comentários:

Anônimo disse...

Assim é a vida...tem os poderosos, os covardes, os fdp, os cumpanheiros.e o SISTEMA.

Anônimo disse...

É uma pena, mas injusto nao é. Nem exagerado

Marco Antonio Gonçalves disse...

Hannha Arendt cunhou o conceito de banalidade do mal ao analisar o julgamento de Eichmann em Jerusalém. Dizia que ao renegar o pensamento, que segundo ela, era o diálogo consigo mesmo, os homens deixam de lado o caráter humano, banalizam a razão e a coerência e podem cometer as maiores atrocidades sendo meros "burocratas" cumprindo ordens.
O conceito, guardada obviamente as devidas proporções, pode muito bem ser aplicado a toda essa gente que acampou em quartéis, acreditou em discursos absurdos, em teorias da conspiração e que invadiu e quebrou Brasília pensando estar salvando a pátria. Mas, deve-se perdoá-los? Deve-se deixar todo o crime cometido de lado? Assim como Eichmann não pensou estar fazendo o mal, essas pessoas também não, mas nem por isso ele foi perdoado. Os bolsonaristas não tinham o desejo de fazer o mal, mas insuflados pelo líder e pelas redes sociais, sem refletir e dialogar consigo mesmo, cometeram crimes que devem ser punidos com todo o rigor.

Anônimo disse...

Passava dias e varava noites em acampamento golpista!!!
Não trabalha ???
Demissão da Sabesp foi justa e atrasada.
Cidadão de bem que perseguia moradores do condomínio que não concordavam com as ações dele.
Cortou relações com amigos e colegas de trabalho que não aderiam à suas ideologias fascistas.